A revisão do processo de liquidação do Banco Master pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) deve levar o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial a rebaixarem a avaliação da solidez do sistema financeiro brasileiro. De acordo com o jornal Valor Econômico , o episódio entrou nas discussões do Financial Sector Assessment Program (FSAP), em elaboração desde dezembro. Fontes afirmam que o relatório será atualizado para incorporar os efeitos das investigações no STF sobre a atuação do Banco Central. O FSAP tem alta visibilidade internacional e pesa diretamente na percepção de risco do Brasil. As intervenções no processo do Banco Master Na segunda-feira 29, o ministro Dias Toffoli determinou que a Polícia Federal ouça o controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino. Os depoimentos ocorrerão antes de uma acareação já marcada. Fontes ouvidas pelo Valor avaliam que a medida enfraquece a posição institucional do Banco Central diante dos bancos supervisionados. A atuação do STF expõe o regulador a questionamentos externos e internos. + Leia mais notícias de Economia em Oeste Há anos o Brasil sustenta, nas conversas com o FMI, que o Banco Central é independente de fato, mesmo sem proteção legal explícita. O caso Master desmonta esse argumento. Segundo interlocutores com experiência em organismos multilaterais, avaliações negativas no FSAP tendem a elevar o prêmio de risco exigido por investidores estrangeiros para aplicar no país. Proteção legal segue pendente O Fundo Monetário Internacional (FMI) já criticou o Brasil por falta de garantias legais | Foto: Reprodução/ Redes sociais Na última rodada do FSAP, em 2018, o Brasil apresentou o projeto de lei de resolução bancária como resposta às críticas do FMI. O texto segue parado no Congresso. Entre os pontos cobrados estão proteção legal a dirigentes e técnicos do Banco Central que atuem de boa-fé e a blindagem das decisões técnicas contra revisões do Judiciário. A ausência dessas garantias, segundo o FMI, gera insegurança jurídica e compromete a resposta do regulador em crises financeiras. O post Interferências na liquidação do Master preocupam FMI e Banco Mundial apareceu primeiro em Revista Oeste .