Mãe e filhas morreram soterradas após deslizamento na Vila Real, em Várzea Paulista (SP), em dezembro do ano passado. Temporal causou novos danos no bairro neste domingo (28) Arquivo Pessoal Pouco mais de um ano após um temporal atingir a Vila Real, bairro de Várzea Paulista (SP), e causar a morte de uma mulher e de suas duas filhas, moradores da região voltaram a viver momentos de tensão neste domingo (28), após fortes chuvas atingirem a área. Renata Leite de Oliveira, de 30 anos, e as filhas Ana Gabriela de Oliveira Gizoni, de 3 anos, e Ana Vitória Leite de Oliveira Gizoni, de 8 anos, morreram soterradas em 21 de dezembro de 2024, após um deslizamento de terra na Rua Ilha Bela, na Vila Real. Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp A casa onde Renata morava e outra residência vizinha foram atingidas pelo deslizamento. O imóvel da família seguia interditado até a última atualização desta reportagem. A mãe de Renata, Elaine Rocha Leite, que vivia na casa ao lado, também ficou desalojada após o temporal e atualmente mora em outra residência no mesmo bairro. "O meu foco é pensar que eu tenho três nesse mundo que ainda precisam de mim. Eu não posso parar. Fiz para elas o que eu pude e o que eu não pude", desabafa Elaine. Chuvas causam deslizamento e estragos em Várzea Paulista Neste domingo, na Rua Ilha Bela, uma árvore caiu sobre a garagem de uma casa durante o temporal. O bairro Vila Real também registrou novos deslizamentos de terra, destelhamento de residências e a queda de um muro de quase 10 metros de extensão. Em cerca de uma hora, foram registrados 51 milímetros de chuva. Na segunda-feira (29), casas do bairro foram vistoriadas pela Defesa Civil para avaliar o risco de novos deslizamentos. "Nós pedimos a avaliação de parte de engenheiros das áreas de urbanismo e habitação, para ver o que nós vamos desenvolver neste momento. Preciso dessa avaliação para, justamente, se for retirar essas famílias deste local, principalmente da casa que está muito próxima [do deslizamento]", explica o coordenador da Defesa Civil de Várzea Paulista, Cristiano Vargas, em entrevista à TV TEM. Cristiano Vargas, coordenador da Defesa Civil de Várzea Paulista (SP), fala sobre ações preventivas após temporal que atingiu a cidade Luís Carlos Xiru/TV TEM Moradores relatam medo diante da previsão de mais chuvas nos próximos dias e temem que novos deslizamentos causem mais vítimas. "A tendência é nem dormir hoje [segunda-feira]. É ficar só olhando e atento, com criança em casa também, que é perigoso", apontou o morador Janailson Sebastião da Silva. Um muro construído pelo morador Ademir Sales não resistiu à força da água e desabou. Agora, ele teme que a enxurrada leve outras partes da casa. "A gente fica preocupado. Pensando que às vezes pode chover mais e acontecer de cair a casa", lamentou Ademir Sales. Segundo a Defesa Civil, o poder público realiza levantamentos periódicos em áreas consideradas de risco e encaminha os relatórios aos órgãos estaduais e federais para a adoção de medidas preventivas. "Nós fazemos os levantamentos e encaminhamos para as secretarias através da unidade de segurança pública. O que é nossa competência, a Defesa Civil faz. É fundamental também a participação da população, para que volte a denunciar sempre que houver uma irregularidade. Já foi encaminhado o mapeamento atualizado de risco da cidade inteira, que mostra onde devem ser feitas as intervenções por outros departamentos. Estamos fazendo o nosso melhor para atender junto com o estado, junto com o governo federal, a população da melhor forma possível", explica Vargas. Vila Real, em Várzea Paulista (SP), volta a sofrer com deslizamento de terra após temporal Luís Carlos Xiru/TV TEM Acolhimento Após os estragos causados pela chuva, a Prefeitura de Várzea Paulista acionou um abrigo emergencial para acolher famílias desabrigadas ou em situação de risco. O espaço será aberto apenas para famílias previamente encaminhadas. O local foi organizado com estrutura de camas, cobertores, itens de higiene e oferta de alimentação. Para garantir um atendimento seguro e organizado, o abrigo não é aberto ao público em geral e não conta com equipes de plantão permanentes. A utilização do abrigo ocorre somente em casos de necessidade comprovada e mediante encaminhamento dos órgãos responsáveis, para evitar aglomeração indevida. Prefeitura de Várzea Paulista (SP) aciona abrigo para acolher famílias desabrigadas Divulgação Para solicitar o acolhimento, as famílias devem procurar, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que fará a avaliação do caso. Fora do horário de expediente, aos finais de semana ou em situações de urgência, a Defesa Civil ou a Guarda Municipal devem ser acionadas. Também estão disponíveis os seguintes canais de atendimento 24 horas: 153; (11) 4596-7744; (11) 99929-8943; 0800-770-0811. O abrigo está localizado no Centro Comunitário da Vila Real. A previsão é que vai chover ainda mais durante a semana, portanto, as equipes da Defesa Civil seguem de prontidão para evitar mais danos aos moradores. Abrigo para acolher famílias passa a funcionar em Várzea Paulista (SP) Divulgação Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM