O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou nesta terça-feira que não haverá aumento de capacidade do Santos Dumont. O aeroporto central da capital fluminense teve o volume de passageiros limitado em 2024 com a adoção de uma operação coordenada com a do Galeão, de forma a impulsionar o aeroporto internacional. O tema será discutido em reunião agendada entre Paes e o governo federal na segunda semana de janeiro, em Brasília. Mercado de trabalho: Taxa de desemprego cai para 5,2% em novembro e renova recorde da série histórica Caso Master: PF começa a ouvir depoimentos de Vorcaro, ex-presidente do BRB e diretor do BC; entenda o que está em jogo No último dia 21, o prefeito carioca fez uma postagem em seu perfil no X questionando a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de iniciar a redução da limitação de passageiros do Aeroporto Santos Dumont — atualmente de 6,5 milhões —, argumentando que essa decisão vai na direção contrária a dos esforços do governo federal para impulsionar o crescimento do Galeão. A declaração de Paes, naquela ocasião, veio após a Anac ter feito uma reunião com as três grandes empresas aéreas brasileiras — Azul, Gol e Latam — para discutir essa expansão de movimentos no Santos Dumont. Na sequência, a Prefeitura do Rio decidiu recorrer ao Tribunal de Contas da União (TCU) contra a agência. Nesta terça-feira, enquanto participava de uma vistoria em um palco montado para receber shows no réveillon da Praia de Copacabana, o prefeito foi questionado se há tratativas para reduzir a capacidade do Santos Dumon em curso: — De jeito nenhum. O presidente Lula salvou o Galeão com a decisão dele (de aprovar a limitação do movimento de passageiros no Santos Dumont) — afirmou Paes. — Ninguém vai fazer nada contra o aeroporto do Galeão. Turismo em alta: Copacabana Palace passou a ser um personagem de 'Vale Tudo' e ultrapassou nicho do luxo, diz executivo Ele enfatizou que ligou “imediatamente” para Lula ao saber da reunião realizada entre a Anac e as empresas aéreas às vésperas do Natal para aumentar a capacidade do Santos Dumont. — O presidente Lula me ligou no domingo de volta e disse “Paes, não vamos admitir isso, vamos agir” — disse o prefeito do Rio. — Eu quero garantir que a decisão do presidente Lula é de garantir a força do Galeão, o aumento de turistas aqui no Rio de Janeiro. Operação coordenada Desde o início de 2024, os dois aeroportos cariocas vem sendo operados de forma coordenada, o que de acordo com autoridades do Rio de Janeiro e especialistas, foi fundamental para permitir a retomada do Galeão. Em comparação a 2023, o fluxo de viajantes no aeroporto internacional decolou. De janeiro a outubro deste ano, o Galeão somou 14,6 milhões de passageiros, mais que o dobro dos 6 milhões de igual período de dois anos atrás, segundo dados da concessionária RIOgaleão. Em defesa do Galeão: Entidades empresariais do Rio alertam para impacto econômico de elevar limite de passageiros no Santos Dumont A discussão vem após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter aprovado um acordo que permitiu a revisão do contrato com a concessionária RIOgaleão, que seguirá na gestão do aeroporto internacional até 2039. Pelo acordo, a Infraero deixará a concessão, no lugar da outorga anual entrará um pagamento equivalente a 20% das receitas da operação e a construção de uma terceira pista no Galeão foi cancelada. Em março de 2026, o aeroporto será relicitado, com lance mínimo de R$ 932 milhões. Ficou decidido ainda que um cronograma com estimativas de volume anual de passageiros no Santos Dumont vai funcionar como parâmetro para a revisão do contrato do Galeão. Essas previsões, feitas pelo Ministério de Portos e Aeroportos, vão balizar compensações que teriam de ser pagas pela nova concessionária do Galeão como forma de compensação à União. O cronograma estima essas referências de movimento do Santos Dumont em 8 milhões de passageiros em 2025; 9 milhões em 2026; 10 milhões em 2027, com o fim dessa limitação a partir de 2028. Após os questionamentos de Paes antes do Natal, Costa Filho disse em nota que as medidas que estão sendo avaliadas não têm efeito imediato na operação dos aeroportos do Rio. E que qualquer expansão no volume de passageiros do Santos Dumont seria feita gradualmente a partir do último trimestre de 2026.