O Smart City Expo World Congress 2025, o maior encontro global envolvendo cidades inteligentes, encerrou nesta quinta-feira (6), em Barcelona, na Espanha, reunindo mais de 27 mil participantes e representantes de 143 países. Entre eles, delegações de Curitiba (PR) e de diversas outras cidades brasileiras marcaram presença no evento, realizado pela Fira Barcelona, que apresentou tendências e soluções em mobilidade, tecnologia e economia azul. No congresso, também estiveram presentes empresários brasileiros, que aproveitaram a oportunidade de buscar referências em tecnologia e gestão para o desenvolvimento urbano. Entre um dos destaques, está o trabalho do iCities, empresa que há mais de uma década atua como ponte entre o cenário global e nacional de cidades inteligentes, além de ser responsável pela realização do Smart City Expo Curitiba, encontro de cidades inteligentes. Caio Castro é Sócio-Diretor da empresa iCities Divulgação: Acervo pessoal Para Caio Castro, um dos sócios-diretores, o congresso mostrou como as cidades estão se adaptando a um novo momento de inovação urbana e como o Brasil pode aproveitar essas transformações. “É sempre muito importante a pauta de mobilidade onde podemos analisar como outras cidades ao redor do mundo enfrentaram tais desafios e quais as soluções adotaram, cada uma dentro da sua realidade. Pautas muito importantes também foram as de inclusão social”, destacou. Segundo ele, Curitiba é um exemplo de cidade que acompanha de perto as soluções tecnológicas aplicadas em diferentes partes do mundo e busca adaptá-las à sua realidade local. “Curitiba já vem em estudo para aplicação de uma solução de Digital Twin, através do IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) e no evento pode se comparar o que foi feito em diferentes cidades do mundo. Um grande exemplo é Barcelona, que realizou um grande projeto de Digital Twin que além de apoiar a gestão mais eficiente de recursos e a tomada mais rápida de decisões, ajuda no teste de diferentes opções para antecipar resultados e prevenir problemas ou crises”, explicou. Eduardo Marques é Sócio-Diretor do iCities Divulgação: Acervo Pessoal O termo “Digital Twin”, (gêmeo digital, em tradução livre), é usado para falar sobre representações virtuais de objetos físicos. Essa tecnologia permite antecipar problemas nas cidades e encontrar soluções, desenvolvidas através da análises de dados e simulações detalhadas. “A captação de dados da cidade pode melhorar o acesso aos serviços pela população”, destaca Eduardo, Sócio-Diretor do iCities. Para Caio, o avanço da Inteligência Artificial marca um novo momento nas cidades inteligentes. “Os municípios com suas políticas públicas estão cada vez mais preparados para a implementação de tais tecnologias. O uso de IA nos municípios se intensificou muito”, observou. Ainda segundo ele, essa tendência reflete a terceira onda tecnológica das cidades inteligentes. Nesta fase, a IA passa a ser usada não apenas para monitorar, mas também para analisar dados em tempo real e prever cenários urbanos, como por exemplo os semáforos que se adaptam ao fluxo de veículos, sistemas de coleta de lixo otimizados e plataformas que identificam riscos de deslizamentos e enchentes. “A terceira onda chega com a Inteligência Artificial para uma análise mais profunda desses dados e a construção de possíveis cenários nos municípios para que possam prever os problemas e tomarem ações mais assertivas”, diz Caio. Além de observar essas grandes tendências no Smart City Expo World Congress 2025, o Brasil consolidou seu papel no debate global sobre inovações tecnológicas no espaço urbano e ampliou, dessa forma, a sua referência de soluções inteligentes que poderão ser fonte de inspiração para políticas públicas nos próximos anos.