As pomadas são usadas para fixar tranças e outros penteados. Bruna Bonfim/g1 A Secretaria Municipal de Saúde do Rio fez um alerta sobre o uso de pomadas modeladoras de cabelo para o réveillon. Nesse período de festas, em que muitos arrumam os cabelos e fazem penteados, o órgão observou um salto nos casos de reações adversas a esse tipo de produto. Os principais sintomas são coceira nos olhos, vermelhidão, irritação, ardência, inchaço. Nos casos mais graves, a visão fica turva e o paciente não consegue enxergar. A principal recomendação dos médicos é só usar cremes que foram aprovados por órgãos regulatórios, como a Anvisa. Do Natal até a segunda-feira (29), as unidades de urgência e emergência da cidade do Rio registraram uma média de 107 atendimentos diários de pacientes com lesões oculares causadas por pomadas modeladoras de cabelos. Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1 Isso representa um aumento de aproximadamente 70% na média diária de atendimentos, que estava na casa dos 60, na semana anterior. Ao todo, foram 533 notificações no período entre 25 e 29 de dezembro. Muitos dos pacientes eram crianças e adolescentes. O problema acontece quando a pomada entra em contato com os olhos, causando quadros de ceratite química, conjuntivites e até queimaduras da córnea, o que pode levar à cegueira temporária. Com o forte calor, banhos de mar e piscina ou apenas suor podem fazer o produto escorrer para os olhos. Desde 2023 a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vem notificando casos de lesões oculares relacionadas às pomadas modeladoras de cabelos e observou que a ocorrência aumenta nos períodos de festas, como carnaval, Natal e Ano Novo. Segundo o oftalmologista Vitor Cerqueira, do Hospital Municipal Souza Aguiar, referência em atendimento de oftalmologia de emergência, o problema está no uso de produtos que não passam por controle dos órgãos regulatórios, já que não se sabe o que foi usado em sua composição. “Essas pomadas são produtos com composição química variada e sem controle pelos órgãos regulatórios. Trata-se de uma padronização difícil, com diversos fabricantes não regulados. Mas todos têm uma característica em comum: derreter em contato com líquidos, inclusive o suor. Isso faz o produto chegar em abundância na região dos olhos, causando a lesão”, explica o especialista. O médico alerta sobre os cuidados que a pessoa deve ter para evitar uma lesão ocular: “O ideal é não utilizar produtos que não sejam aprovados pelos órgãos reguladores, mas caso tenha utilizado, lave os cabelos sem deixar que a água escorra para a região dos olhos. Atenção também para não pegar chuva, e não mergulhe no mar ou na piscina.”