O líder chinês, Xi Jinping, afirmou nesta quarta-feira que a reunificação de Taiwan à China é "imparável", após autoridades militares chinesas anunciarem o fim dos exercícios de guerra ao redor da estratégica ilha, reivindicada por Pequim como parte de seu território soberano. Leia também: Trump minimiza preocupação sobre invasão chinesa em Taiwan enquanto exercícios militares de Pequim entram no segundo dia 'Forças da natureza' ou 'Revolta das máquinas'? Em vídeo com IA, China transforma animais em armas para ameaçar Taiwan — A reunificação da nossa Pátria-mãe é imparável — afirmou Xi em seu discurso de ano-novo transmitido ao vivo, dias após o presidente americano, Donald Trump, ter minimizado os exercícios militares, apontando que o líder chinês não invadiria o território taiwanês neste momento. Initial plugin text Os exercícios massivos, com uso de munição real, foram realizados por Pequim na segunda e na terça-feira, como objetivo simular um bloqueio aos principais portos taiwaneses e ataques a alvos marítimos da ilha. Para isso, o Exército de Libertação Popular chinês mobilizou dezenas de aviões de combate, navios da Marinha e embarcações de sua guarda costeira para cercar Taiwan, além de disparar dezenas de mísseis e foguetes. Taipé classificou os dois dias de manobras como "altamente provocativos e temerários", além de afirmar que as forças chinesas não conseguiram impor um cerco ao seu território. Nesta quarta, as autoridades de Pequim anunciaram que os exercícios foram concluídos "com sucesso". China lança foguetes em segundo dia de exercícios militares ao redor de Taiwan — O Comando do Teatro Oriental do ELP concluiu com sucesso os exercícios 'Missão Justiça 2025' — declarou um porta-voz militar chinês, o capitão Li Xi, assegurando que as tropas continuarão treinando para "frustrar resolutamente as tentativas dos separatistas da 'Independência de Taiwan' e a intervenção externa". A guarda costeira de Taiwan confirmou o movimento de afastamento das embarcações chinesas. No entanto, mantem 11 embarcações mobilizadas. — Não podemos baixar a guarda — disse Hsieh Ching-chin, vice-diretor geral da Guarda Costeira de Taiwan. Em vídeo de IA, Ministério da Defesa da China transforma animais em equipamentos militares Riscos significativos O presidente taiwanês, Lai Ching-te, alertou nesta quarta-feira que as manobras militares chinesas "não são um incidente isolado" e representam "riscos significativos" para a região, "o transporte marítimo, o comércio e a paz no mundo". Muitos classificaram os exercícios militares como uma demonstração de força da China, após os EUA autorizarem uma venda recorde de armamentos a Taipé, e de declarações da premier japonesa, Sanae Takaichi, nas quais sugeriu responder militarmente em caso de uma agressão de Pequim contra a ilha vizinha. O Japão afirmou nesta quarta-feira que estas manobras militares "aumentam as tensões" no estreito de Taiwan e que transmitiu sua "preocupação" a Pequim. O Ministério das Relações Exteriores da Austrália também condenou os exercícios militares "desestabilizadores" da China e disse que comunicou sua inquietude ao governo chinês. China inicia manobras militares para simular bloqueio de portos de Taiwan No entanto, a China rebateu as críticas, classificando-as como "irresponsáveis". — Estes países e instituições estão fechando os olhos para as forças separatistas de Taiwan que tentam alcançar a independência por meios militares — disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Lin Jian. — Entretanto, estão criticando de maneira irresponsável as ações necessárias e justas da China para defender sua soberania nacional e sua integridade territorial, distorcendo os fatos e confundindo o certo com o errado, o que é totalmente hipócrita. O Escritório de Assuntos de Taiwan da China também havia classificado, pouco antes, as simulações de operações militares como "uma severa advertência às forças separatistas (...) e às forças externas que interferem". (Com AFP)