A virada, em alguns casos, tem a força de uma verdadeira revolução. É o caso de Suzana Pires, que se mudou oficialmente, este ano, para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde tem alçado voos como roteirista e montou a própria produtora. “Nunca imaginei que, prestes a completar 50 anos, teria uma chance de expansão dessa dimensão, tanto na vida profissional quanto pessoal. E tem sido incrível porque estou precisando reaprender tudo aqui.” Tudo mesmo. Suzana tinha apenas 15 anos quando tragou o primeiro cigarro e, há anos, tentava, sem sucesso, deixar o hábito. “Ao chegar a Los Angeles, me deparei com um ambiente ainda menos amigável ao tabaco. Então, isso foi inspirador”, conta a carioca, que encerrou este capítulo, de uma vez por todas, em abril deste ano. Mas não significa que foi fácil, ela avisa. Para alcançar o êxito, usou medicamentos, começou a se exercitar mais e fazer meditação. “Toda a dificuldade se reverteu em mudanças que fizeram a minha vida muito melhor.” Uma jornada que envolveu, acima de tudo, mergulhos profundos em sua própria história. “Precisamos olhar para os nossos vazios, confrontar traumas e até respirar neles”, ela aconselha. “É como abrir uma Caixa de Pandora de onde saem coisas que você nem sabia que existiam. Só que, quando isso acontece, você tem a oportunidade de escolher o que vai fazer com toda essa consciência. Então, anda para a frente, em vez de ficar colocando no vazio coisas que não o preenchem. É assustador. Mas, do outro lado do rio, há paz.”