Executivos do setor bancário acreditam que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), pretende "pescar" alguma eventual ilegalidade nas investigações em torno da liquidação do Banco Master para anular o procedimento determinado pelo Banco Central. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo , que conversou com banqueiros e fontes ligadas ao caso. + Leia mais notícias de Política em Oeste A tensão no mercado se intensificou depois que Toffoli determinou, sem pedido das partes, uma acareação — sem pedido das partes e sem precedentes no Judiciário brasileiro — entre investigados e um diretor do Banco Central. Entre banqueiros, há dúvidas sobre a aptidão técnica de um juiz para avaliar a situação de solvência do banco, competência atribuída à equipe técnica do Banco Central. + Acareação de Toffoli ajuda plano da defesa do Master Fontes disseram ao Estadão que a anulação apenas pouparia o dono do banco, Daniel Vorcaro, dono do Master, no processo penal e o afastaria de uma eventual prisão. O banco, mesmo com a anulação da liquidação, continuaria inviável, disseram as fontes. "Mesmo se houver reversão da liquidação do banco, Vorcaro não capta mais um real. E quem compraria um CDB do Master, por exemplo, sabendo tudo que já foi revelado?”. Crise de liquidez e preocupações do Banco Central O Banco Central identificou, segundo relatórios, uma "grave crise de liquidez" e diversas "violações às normas que regem a atividade das instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional". Técnicos do órgão também encontraram R$ 12,2 bilhões em créditos podres, posteriormente revendidos ao Banco de Brasília (BRB). Fontes do Banco Central compartilham da preocupação de que Toffoli possa anular a liquidação do Master, o que poderia gerar responsabilidade aos servidores responsáveis pela apuração das irregularidades. Essa possibilidade é considerada uma ameaça real e imediata dentro da autarquia. Acareação no caso Master determinada por Toffoli Representantes do setor financeiro defenderam atuação do Banco Central no caso do Banco Master I Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil Na terça-feira 30, Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, prestaram depoimentos à Polícia Federal. Os relatos foram contraditórios, indicando a necessidade do confronto de versões. Daniel Vorcaro foi preso em 17 de novembro por ordem da 10ª Vara Federal de Brasília, mas obteve liberdade 12 dias depois, quando obteve um habeas corpus do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Em seguida, a investigação migrou para o STF quando um documento apreendido com Vorcaro citou um deputado federal. + Caso Banco Master: Toffoli mantém sigilo em inquérito que apura atuação do BC As apurações buscam esclarecer se o Banco Master teria simulado carteiras de crédito falsas para comercializá-las com o BRB. Os crimes investigados são gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa, entre outros. Leia também: Lama na toga , reportagem de Cristyan Costa, publicada na Edição 302 da Revista Oeste O post O motivo de Toffoli para a ‘pescaria’ no caso Master apareceu primeiro em Revista Oeste .