A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu a Israel, nesta quarta-feira, que permita a sua continuidade de operações em Gaza e na Cisjordânia ocupada em 2026. Este apelo surge após Israel ter alertado que 37 ONGs humanitárias, incluindo MSF, seriam impedidas de entrar em Gaza a partir de quinta-feira, caso não fornecessem às autoridades os nomes dos seus funcionários palestinianos até a noite de 31 de dezembro. Regime em alerta: Com moeda em queda livre, Irã vê nova onda de protestos contra a crise econômica Colisão entre trens em rota para Machu Picchu: o que se sabe sobre acidente que deixou um morto e 40 feridos "Apelamos às autoridades israelenses para que garantam que MSF e outras organizações internacionais estejam registadas em Israel e possam continuar a trabalhar na Cisjordânia e em Gaza em 2026", afirmou a organização num comunicado enviado à AFP. "O registo de MSF expira em 31 de dezembro de 2025 (...) e seremos obrigados a cessar as nossas atividades até 1 de março de 2026". O Ministério da Diáspora e do Combate ao Antissemitismo de Israel acusou a MSF, na terça-feira, de empregar indivíduos “com ligações a organizações terroristas”. MSF também enfatizou que a organização aplica “políticas internas rigorosas para garantir o cumprimento da lei e evitar qualquer desvio de ajuda ou qualquer associação com grupos armados”. A organização argumenta que seu pedido de registo "ainda é considerado pendente e incompleto". MSF garante que continua procurando garantias e esclarecimentos relativos ao "pedido preocupante para fornecer uma lista de pessoal". A ONG alega que este pedido “poderia constituir uma violação das obrigações de Israel perante o direito internacional humanitário", e também dos princípios humanitários da organização. “Exploraremos todas as vias possíveis para modificar esta decisão”, acrescentou o comunicado. Initial plugin text No início de 2025, Israel alterou seu processo de registro para organizações humanitárias, passando a exigir o envio de uma lista de funcionários que atuam em Gaza, incluindo palestinos que no enclave. Algumas organizações já haviam declarado que não enviaram a lista de funcionários palestinos por medo de que eles se tornassem alvos de Israel e devido às leis de proteção de dados na Europa. Autoridades que representam as organizações humanitárias expressaram preocupação com o uso que Israel poderia fazer dos dados solicitados — para fins de auxiliar medidas de inteligência ou militares —, visto que Tel Aviv não se confirmou publicamente que não usaria as informações para estes objetivos. — A questão é legal e de segurança. Em Gaza, vimos centenas de trabalhadores humanitários serem mortos — afirmou Shaina Low, assessora de comunicação do Conselho Norueguês para Refugiados, à AP. Essas organizações humanitárias prestam diversos serviços sociais na Faixa de Gaza, incluindo distribuição de alimentos, assistência médica, serviços para pessoas com deficiência, educação e saúde mental. Centenas de trabalhadores humanitários patrocinados por essas organizações estão atualmente em Gaza e precisarão deixar o território até 1º de março.