Governo reage à salvaguarda da China e diz que atuará para mitigar impacto sobre a carne bovina

Os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e das Relações Exteriores reagiram nesta quarta-feira à decisão da China de aplicar uma medida de salvaguarda sobre as importações globais de carne bovina. O país asiático vai impor uma tarifa de 55%, a partir de amanhã, às vendas brasileiras que excederem uma cota anual. Em nota conjunta, o governo informou que “tomou conhecimento da decisão do governo da China de aplicar salvaguarda a suas importações globais de carne bovina e acompanha o tema com atenção”. Segundo o comunicado, a medida entra em vigor em 1º de janeiro, terá duração prevista de três anos e estabelece uma cota anual inicial de 1,1 milhão de toneladas para o Brasil. “As exportações que ultrapassarem a cota pagarão sobretaxa de 55%”, diz o texto. O governo afirma que vem atuando de forma articulada com o setor privado e que manterá diálogo com Pequim. “O governo brasileiro tem agido de forma coordenada com o setor privado e seguirá atuando junto ao governo chinês tanto em nível bilateral quanto no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio), com vistas a mitigar o impacto da medida e defender os interesses legítimos dos trabalhadores e produtores do setor”, destacam MDIC e Itamaraty. “As medidas de salvaguarda são instrumentos de defesa comercial previstos nos acordos da OMC utilizados principalmente para lidar com surtos de importação”, diz o comunicado, acrescentando que a iniciativa “não tem por objetivo combater práticas desleais de comércio e é aplicada às importações de todas as origens”. Em 2024, a China respondeu por 52% das exportações brasileiras de carne bovina, enquanto o Brasil foi a principal origem das importações do produto pelo mercado chinês. O governo também destacou o histórico recente do setor. “Ao longo dos últimos anos, o setor pecuário brasileiro tem contribuído de maneira consistente e confiável para a segurança alimentar da China, com produtos sustentáveis e competitivos, submetidos a rigorosos controles sanitários”, diz a nota.