Em meio a uma operação em todo o país iniciada na semana passada contra suspeitos de pertencerem ao Estado Islâmico, a Turquia prendeu nesta quarta-feira, 31, 125 pessoas em batidas simultâneas em 25 províncias. No dia anterior, ações semelhantes prenderam 357, em um esforço do governo para prevenir possíveis ataques durante as festividades de fim de ano. Na semana passada, a Procuradoria-Geral de Istambul afirmou que as autoridades detiveram 115 suspeitos que estariam planejando ataques contra não muçulmanos nas celebrações de Natal e de ano-novo. A Turquia é um país predominantemente muçulmano. O EI realizou uma série de atentados mortais na Turquia. Um dos maiores foi o ataque a tiros em uma boate de Istambul em 1.º de janeiro de 2017 - os terroristas mataram 39 pessoas. Durante as batidas da polícia, na segunda-feira, 29, membros de uma suposta célula do EI abriram fogo contra agentes na província de Yalova, no noroeste da Turquia. Seis suspeitos e três policiais foram mortos no confronto, quando as forças de segurança invadiram a casa usada como esconderijo. As autoridades afirmaram que todos os suspeitos eram cidadãos turcos. Ressurgimento A Turquia já realizou operações semelhantes em larga escala contra suspeitos de pertencerem ao EI, mas a mais nova campanha ocorre em um contexto de aparente ressurgimento global, marcado por um recente ataque inspirado pelo EI na Austrália e atentados contra forças americanas na Síria. As forças armadas dos EUA afirmaram na terça-feira que 25 membros do grupo foram mortos ou capturados na Síria neste mês, após a emboscada que matou dois soldados e um intérprete civil americanos. O Comando Central dos EUA, que supervisiona o Oriente Médio, afirmou que 11 missões foram realizadas nos últimos dias, após os ataques iniciais contra instalações de armas e infraestrutura do EI no dia 19, que atingiram 70 alvos no centro da Síria. Nos últimos dias, as forças de segurança sírias também lançaram operações contra o EI, incluindo incursões nos arredores da capital, Damasco. O grupo terrorista já controlou grandes áreas da Síria e do Iraque - ambos países que fazem fronteira com a Turquia - e inspirou ataques em todo o mundo. O grupo perdeu seu último reduto territorial na Síria em 2019, mas continuou a operar em menor escala em partes do Oriente Médio, da Ásia e da África. Estadão Conteúdo