O Exército israelense afirmou que atacou instalações militares dos houthis na capital iemenita, Sanaa, no domingo, incluindo áreas próximas ao palácio presidencial, além de usinas de energia e um depósito de combustível. Segundo o jornal israelense Haaretz, que citou as Forças Armadas (IDF, na sigla em inglês), os alvos foram usados pelos houthis para operações militares. Veja: Irã nega ter ajudado Houthis no ataque contra Israel e acusa Netanyahu de levar os EUA para uma 'catástrofe' no Oriente Médio Em meio a pressão sobre programa nuclear: Trump lança operação militar contra Houthis no Iêmen e envia recado ao Irã "Os ataques foram conduzidos em resposta aos repetidos ataques do regime terrorista houthis contra o estado de Israel e seus civis, incluindo o lançamento de mísseis terra-terra e UAVs em direção ao território israelense nos últimos dias", disseram os militares em um comunicado. Além disso, as IDF afirmaram que a sede do governo estava localizada em uma instalação dos houthis e, por isso, a atacou. "O palácio presidencial na área de Sanaa está localizado dentro de uma instalação militar de onde operam as forças militares do regime terrorista Houthi", acrescentou o Exército, acrescentando que as usinas de energia "serviam como uma importante instalação de fornecimento de eletricidade para atividades militares". "O uso dessas usinas constitui mais uma prova de como o regime Houthi usa a infraestrutura civil para fins militares". Initial plugin text A Al-Mayadeen, com sede no Líbano, informou que pelo menos três ataques foram realizados. Outro ataque atingiu o prédio do Ministério da Defesa, informou a AFP, observando que um número indeterminado de pessoas ficou ferido. Ainda de acordo com o Haaretz, citando o canal Al-Masirah, administrado pelos Houthis, os militares israelenses também realizaram vários ataques aéreos em uma instalação de uma empresa petrolífera na 60th Street, em Sanaa, bem como na usina elétrica de Khaziz, ao sul da capital. Israel x houthis Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, os Houthis lançam mísseis e drones contra Israel e navios do Mar Vermelho, alegando agir em solidariedade aos palestinos. Os houthis, um grupo tribal que já foi uma espécie de escória, assumiram o controle de grande parte do norte do Iêmen desde que invadiram Sana em 2014, aumentando gradualmente suas capacidades militares e vencendo efetivamente uma guerra contra uma coalizão liderada pela Arábia Saudita que passou anos tentando derrotá-los. Contexto: Míssil disparado por grupo rebelde houthi atinge perímetro do Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Israel Agora que os combates mais intensos na guerra civil do Iêmen diminuíram em grande parte, o grupo armado tem funcionado cada vez mais como um governo de fato. Eles descrevem seus recentes ataques como uma campanha de solidariedade aos 2,2 milhões de palestinos que vivem sob o cerco de Israel e bombardeios de Gaza, que foram lançados massivamente em resposta aos ataques sem precedentes do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro. Essa campanha transformou os houthis de uma força local e regional em uma força com impacto global, disse ao New York Times Yoel Guzansky, pesquisador sênior do Instituto de Estudos de Segurança Nacional da Universidade de Tel Aviv. Para ele, no fim das contas, o que os rebeldes desejam é “uma participação maior no Iêmen”, e “talvez queiram fazer isso tornando-se um problema global”.