Morre Jaguar, cartunista que marcou gerações e deu voz ao Pasquim

O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, conhecido simplesmente como Jaguar, morreu neste domingo, 25, aos 93 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no hospital Copa D’Or, em Copacabana, onde tratava uma infecção respiratória que evoluiu para complicações renais. A informação foi confirmada ao jornal Folha de S.Paulo . Figura central do humor gráfico no Brasil, Jaguar foi um dos fundadores do jornal Pasquim, lançado em 1969, que se tornou referência de resistência cultural e política em plena ditadura militar. Preso em 1970, passou três meses na cadeia, mas seguiu produzindo até os últimos anos de vida. O cartunista Jaguar morreu aos 93 anos | Foto: Divulgação/ABI Carreira e legado de Jaguar Jaguar começou a desenhar profissionalmente ainda jovem, no jornal O Semanário. Passou pelas revistas Manchete e Senhor antes de fundar o Pasquim, que chegou a vender 200 mil exemplares em poucas semanas. + Leia mais notícias de Imprensa em Oeste Uma das artes de Jaguar | Foto: Divulgação/ABI Seu traço simples, direto e irônico virou marca registrada, com cartuns publicados em diferentes veículos, entre eles o Correio da Manhã, a Última Hora e a Folha de S.Paulo, onde colaborou de 2017 até julho deste ano. Ao longo de quase sete décadas de trabalho, produziu cerca de 30 mil desenhos, em diferentes formatos — de guardanapos de botequim a páginas de jornais. Amigo e parceiro de nomes como Millôr Fernandes, Ziraldo, Paulo Francis e Ivan Lessa, Jaguar ajudou a construir um humor crítico que influenciou gerações de jornalistas e artistas. O estilo inconfundível Seus personagens, como Boris, o Vomitador, ou os quadrinhos dos Chopnics, ambientados em Ipanema, misturavam escracho e ternura. Jaguar transformava convenções sociais em alvo de ironia. Um de seus cartuns mais lembrados mostra Cristo na cruz dizendo a Madalena: “Hoje não dá, Madalena, estou pregado!”. Outro traz Prometeu acorrentado ouvindo do abutre: “Pra mim é pior que para você, Prometeu. Eu detesto fígado”. Nascido em 1932, Jaguar foi também cronista, editor e boêmio. Viveu intensamente o Rio de Janeiro, fundou a Banda de Ipanema e registrou com humor e crítica as contradições do país. Em seu livro de memórias, Confesso que Bebi (2001), brincava com o título de Pablo Neruda para lembrar sua vida entre redações e bares. O post Morre Jaguar, cartunista que marcou gerações e deu voz ao Pasquim apareceu primeiro em Revista Oeste .