Um levantamento Genial/Quaest questionou a entrevistados por que eles achavam que Jair Bolsonaro (PL) participou da chamada de vídeo durante as manifestações realizadas em 3 de agosto. A maior deles (57%) considerou que o ex-presidente "queria provocar Alexandre de Moraes, e fez isso de propósito". Vídeo de tornozeleira, uso de redes sociais e participação em atos anti-STF: entenda os motivos da prisão de Bolsonaro Em janeiro: triplica o percentual de eleitores de Bolsonaro que veem influência dele nos atos golpistas; percepção cai entre lulistas O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão domiciliar do ex-presidente no dia seguinte, por considerar que ele descumpriu as medidas cautelares impostas no dia 18 de julho. Bolsonaro deveria cumprir recolhimento domiciliar noturno e usar tornozeleira eletrônica. Ele estava proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros, se aproximar de embaixadas, e não poderia utilizar redes sociais. No entanto, no dia 3 de agosto, ele participou por telefone de manifestações contra a Corte e a favor da anistia por telefone, em alguns atos pelo Brasil. Segundo a pesquisa, 30% acreditam que o ex-presidente "não compreendeu bem as regras impostas por Alexandre de Moraes e errou", e outros 13% não sabem ou não responderam. Por que você acha que Bolsonaro participou da chamada de vídeo? Bolsonaro queria provocar Alexandre de Moraes, e fez isso de propósito - 57% Bolsonaro não compreendeu bem as regras impostas por Alexandre de Moraes e errou - 30% Não souberam/não responderam - 13% A parcela de entrevistas que viu na participação via chamada de vídeo uma provocação a Moraes é maior no Nordeste (60%); entre as mulheres (59%, contra 56% dos homens); entre os católicos (61%, contra 45% dos evangélicos); e entre os mais pobres (60% do segmento com até 2 salários mínimos de renda familiar, ante 51% daqueles com mais de 5 salários mínimos). Para 38% dos sulistas, o ex-presidente não entendeu as regras e cometeu um erro. Já no Sudeste e no Centro-Oeste, 58% avaliaram que Bolsonaro agiu de propósito. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A Quaest entrevistou 2.004 pessoas entre os dias 13 e 17 de agosto, e o nível de confiança é de 95%. Os mais jovens (16 a 34 anos) tenderam a apontar em maior número a intenção de Bolsonaro (59%), mas a maioria dos entrevistados de 35 a 59 anos (55%) e dos idosos (60 anos ou mais, 57%) também viu ato proposital do ex-presidente. Entre eleitores que votaram no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno de 2022, 78% disseram que Bolsonaro quis provocar Moraes. Mas apenas 26% daqueles que deram o voto a Bolsonaro na ocasião concordaram com isso. O levantamento também mostrou que 55% dos entrevistados concordam que a determinação do STF de deixar Jair Bolsonaro em prisão domiciliar é justa. Outros 39% veem a ação como injusta, e 6% não sabem ou não responderam. Por regiões, o Nordeste foi o local em que a maioria dos entrevistados considera a medida justa, 65%, ante 30% que acreditam ser injusta. O Centro-Oeste é a mais equilibrado: a distância entre quem considera justa (48%) e injusta (43%) é de cinco pontos percentuais. CPI do INSS: Planalto muda estratégia após revés e mira convocação de Bolsonaro Entre os bolsonaristas, 87% consideram injusta, contra 12%; e entre a direita não bolsonarista, 79% injusta e 19%, justa. Tentativa de golpe Questionado se Bolsonaro teria participado do plano de tentativa de golpe, 52% acreditam que sim, contra 36% que acreditam que não. Comparado a última aferição, em março deste ano, o "sim" cresceu três pontos percentuais, e cinco comparado a dezembro de 2024. O "não" oscilou para cima dentro da margem de erro, quando registrou 34% em dezembro, e 35% em março.