Açaí, água de coco, castanha de caju, castanha do Brasil, mel, manga, pescado e uva foram os produtos afetados pelo tarifaço do governo Donald Trump listados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Agricultura que poderão ser comprados sem licitação para a merenda de escolas públicas e para a formação de estoques. A portaria acabou de sair e agora é operacionalizar. Mercadante: tarifaço de Trump tem impacto econômico semelhante ao da Covid e à tragédia no RS Entenda: Trump anuncia investigação e prepara tarifas sobre importações de móveis Tratam-se produtos que já tínhamos citados aqui como críticos, os exportadores estavam sob risco de perder a produção, porque são produtos perecíveis. Essa é uma medida emergencial, que faz parte do socorro aos exportadores mais atingidos pela elevação da tarifa para 50%, que prevê a compra descentralizada pelos governos federal, estadual e municipal, sem licitação, sem burocracia, para que esses produtos não se percam. A vantagem é andar rápido, não perder essa produção, e daqui para diante, na próxima safra desses produtos, será necessário pensar numa outra saída. Afinal, a compra sem licitação é ruim, é preciso que os órgãos de controle acompanhem todo o processo para evitar qualquer desvio, como já vimos acontecer muito no Brasil, inclusive em compras com licitação. Mas essa é uma medida imediata que ajuda esse grupo de exportadores, severamente atingido pela suspensão de embarque de produtos para os Estados Unidos. Sobretaxa: Entidades brasileiras vão em missão aos EUA para tentar reverter tarifas de Trump sobre exportações Há outras medidas em curso para atender a outros setores. Uma característica dessa crise é que cada empresa tem um grau de exposição diferente. Então, o governo está tentando modular as propostas de socorro para que atendam às necessidades específicas de cada grupo e também para garantir que não seja gasto mais do que de fato é necessário. E nessa questão particular da compra para as escolas públicas, uma excelente notícia é a ampliação dos alimentos frescos na merenda escolar. Produtores de mel da Casa Apis, no Piauí divulgação No caso do mel, estamos falando de uma produção da agricultura familiar, orgânica, de alta qualidade que ficou sem mercado, com a inviabilização das vendas para os Estados Unidos. E o governo já previa que parte desse socorro fosse, justamente, para os produtores da agricultura familiar, que têm menos capacidade de resistir a uma mudança dessa. Então, colocar uma uva de boa qualidade, uma manga de boa qualidade, açaí, mel na merenda escolar é muito bom. Do dono da fábrica ao instrutor de autoescola: Piracicaba teme perda de empregos por tarifaço Governo detalha pacote de socorro a exportadores afetados pelo tarifaço. Entenda Com essa medida, resolve-se o problema imediato desses exportadores e depois se pensa como fazer no futuro. Nesse momento, é um problema por vez, e assim o governo vai levando e buscando sempre soluções próprias para cada grupo ou empresa consoante a maneira como está sendo afetado por essa onda do tarifaço americano.