Vogue Brasil: Tirando a sua carreira singular, o que mais a moda te deu e que te deixa orgulhosa? Naomi Campbell: A moda me abriu um mundo onde eu posso fazer a diferença. Eu pude falar sobre diversidade na indústria quando ninguém tinha essa conversa – muito antes de ser trendy. O que me deixa muito orgulhosa é saber que abri portas para tantas modelos, especialmente as da África e da diáspora. Uma coisa é desfilar, outra é usar sua visibilidade para realmente mudar a vida de alguém. Saiba mais r O que você descobriu com a maternidade? Meu Deus, o amor… é indescritível! [Naomi é mãe de uma menina e de um menino. Ela escolheu não divulgar seus nomes nem suas idades]. Achei que sabia o que era o amor, mas isso é algo em outro nível. Todos os dias, meus filhos me surpreendem, me ensinam algo novo sobre mim mesma. Não sabia que podia ser ainda mais protetora – e, acredite em mim, eu já era bastante protetora antes deles! A maternidade também me mostrou uma força suave, algo que vem por cuidar de dois serzinhos que dependem completamente de você. Eles mudaram a maneira como vejo o mundo. Naomi Campbell na capa da Vogue Brasil de setembro 2025 Vogue Brasil/ MAR+VIN Qual sua memória favorita do Brasil? Amo o Brasil. Venho para cá desde 1990 e o país é parte da minha vida. Desfilei nas semanas de moda do Rio e de São Paulo e foi absolutamente incrível. A energia do brasileiro é incomparável, e o calor vai além das passarelas. Tenho grandes amigos aqui, uma família. E, agora, é maravilhoso trazer meus filhos e sentir que estou apresentando um pouco da minha casa a eles. Vir ao Brasil como mãe me traz uma perspectiva ainda mais emocionante do que quando vinha sozinha. Há algo na forma como vocês abraçam a vida que fica comigo mesmo depois que vou embora. Qual sua palavra favorita em português? Beijo, beijo, beijo! Amo como vocês se despedem assim. Captura esse carinho que tanto adoro. Quem você conheceu que te deixou de boca aberta? Aretha Franklin, Meryl Streep, Michael Jackson, James Brown e Barbra Streisand. Mas conhecer Nelson Mandela foi provavelmente o momento mais profundo da minha vida. Ali, estava o homem que incorporava tudo, mesmo sob pressão, o que acreditava sobre dignidade, força, leveza. Fiquei encantada com seu calor, presença e sabedoria. Esse encontro me mudou: me lembrou que ter estrela é ter caráter e não apenas ser uma celebridade. Naomi Campbell usa vestido, lingerie e sapatos, tudo DOLCE & GABBANA Vogue Brasil/ MAR+VIN Se não fosse modelo, seria... Me vejo como uma embaixadora cultural. Modelar foi um veículo, mas conectar pessoas, unir mundos diferentes e criar entendimento entre eles sempre foi o meu chamado. Mas acredito que seria uma empresária incrível. Sei que faria bem o trabalho porque meus amigos me dizem isso. E agora também sou DJ – e estou obcecada por isso. Quando misturo afrobeat, com London beats e jogo um ritmo brasileiro no meio, vejo as pessoas se conectarem através do som. Revistas Newsletter O que ainda te motiva a trabalhar com moda? Amo o que faço, amo a moda. Amo ver a vitória dos designers e de suas coleções. Sinto o mesmo sobre a dança e o teatro. Adoro a criatividade em todos os espaços e é por isso que amo conectar as pessoas – a possibilidade de mudança me faz seguir. Cada campanha, cada desfile é uma oportunidade de mudar percepções, defender alguém novo, empurrar a indústria para frente. Me sinto motivada pelos jovens modelos que mentoro, pelos designers que estão criando coisas completamente novas e pela luta constante pela verdadeira representatividade. A moda me escolheu, mas eu escolho ficar na moda porque ainda há trabalho a ser feito. A matéria na íntegra você confere na Vogue de setembro, que chega às bancas a partir do dia 03.09. Canal da Vogue Quer saber as principais novidades sobre moda, beleza, cultura e lifestyle? Siga o novo canal da Vogue no WhatsApp e receba tudo em primeira mão!