A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem até quarta-feira para apresentar sua manifestação sobre um possível descumprimento de medidas cautelares por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na sexta-feira, a defesa de Bolsonaro negou ter desrespeitado as obrigações e afirmou que o ex-presidente não tentou fugir do país. O suposto descumprimento das cautelares foi apontado pela Polícia Federal (PF) na semana passada, no mesmo relatório em que indiciou Bolsonaro e um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por coação no curso do processo abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Os dois são suspeitos de utilizarem sanções aplicadas pelos Estados Unidos para atrapalhar a ação penal da trama golpista. O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, determinou então que Bolsonaro e a PGR se manifestassem. Na sexta-feira, a defesa do ex-presidente afirmou que Bolsonaro nunca esteve proibido de usar o "WhatsApp, de trocar mensagens e de se manifestar" e diz que o material produzido pela PF configura a prática de lawfare — argumento muitas vezes usado pela defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em processos da Lava-Jato no passado.