O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu prazo para as defesas apresentarem as alegações finais na ação penal que envolve os réus do chamado núcleo 3 da trama golpista. Essa etapa marca a reta final da instrução do processo que apura a tentativa de golpe de Estado e nos atos de 8 de janeiro de 2023. Integram o núcleo 3 figuras apontadas pela Procuradoria-Geral da República como responsáveis pelo planejamento operacional da ofensiva golpista, entre eles militares conhecidos como "kids pretos".  Entre os réus estão militares da ativa e da reserva Bernardo Romão Corrêa Netto, Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, Fabrício Moreira de Bastos, Hélio Ferreira Lima, Márcio Nunes de Resende Júnior, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, Ronald Ferreira de Araújo Júnior, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Wladimir Matos Soares.  A denúncia da PGR descreve que o grupo atuou na organização logística e em ações preparatórias para viabilizar os atos de ruptura institucional. No despacho, Moraes rejeitou os pedidos de absolvição sumária e considerou que há justa causa para a continuidade da ação contra os dez acusados, que respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.  O ministro também indeferiu diligências consideradas protelatórias, mas deferiu a realização de perícias e a oitiva de algumas testemunhas indicadas pelas defesas. A decisão ocorre após a fase de oitivas de testemunhas e os interrogatórios dos réus, quando Moraes reafirmou que as defesas tiveram acesso amplo ao material colhido nas investigações da Polícia Federal. A partir da entrega das alegações finais, o processo estará pronto para julgamento pela Primeira Turma do STF.