A família Pinault entrou em contato com potenciais compradores da Puma depois que a marca esportiva alemã perdeu cerca de metade de seu valor de mercado no último ano, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. A família, que detém uma participação de 29% na fabricante de tênis e roupas esportivas por meio da Artémis, está trabalhando com consultores, possivelmente com o objetivo de desencadear a venda da empresa, disseram as fontes, que pediram anonimato. Objetivo urgente: Puma tem o desafio de mudar imagem de 'azarão' e se recuperar frente Adidas e Nike Conheça a história: Rivalidade entre irmãos que fundaram Adidas e Puma vai virar série 'no estilo Succession' Representantes da família entraram em contato com potenciais interessados, incluindo a Anta Sports Products e a Li Ning, para avaliar o interesse na compra da Puma, disseram as fontes, acrescentando que também sondaram outras empresas de artigos esportivos nos Estados Unidos, bem como fundos soberanos do Oriente Médio. As ações da Puma, empresa listada na Bolsa de Frankfurt, dispararam até 20% nas negociações desta segunda-feira na Alemanha após a divulgação do relatório, a maior alta desde outubro de 2001. A empresa tem um valor de mercado de cerca de € 3,2 bilhões (US$ 3,7 bilhões ou R$ 20,3 bilhões). A família provavelmente buscará um prêmio significativo em qualquer acordo, disseram as fontes. A Artémis também é a acionista controladora da Kering, holding francesa especializada em artigos de luxo, dona das marcas Yves Saint Laurent, Gucci, Balenciaga e Alexander McQueen, entre outras. Tarifaço: Nike, Adidas, Under Armour e Puma pedem a Trump isenção de tarifas para calçados Antes de hoje, as ações da Puma haviam caído 50% nos últimos 12 meses, afetadas pela fraca demanda por seus artigos esportivos e de ginástica, além de preocupações sobre o impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. As deliberações continuam em andamento e não há garantia de que uma transação será concluída, disseram as pessoas. O tênis Speedcat simboliza o momento conturbado da Puma Betty Laura Zapata/Bloomberg Um porta-voz da Puma recusou comentar, enquanto representantes da Artémis, Anta e Li Ning não responderam aos pedidos de posicionamento feitos pela reportagem. A Puma vem tentando se reinventar sob a liderança de seu novo CEO, Arthur Hoeld, após não conseguir gerar muito entusiasmo entre os consumidores por seus produtos nos últimos anos. A empresa emitiu múltiplos alertas de queda nos lucros nos últimos trimestres, incluindo no mês passado. Veja: Quais são os lançamentos de tênis de 2025 das principais marcas de corrida Marcas em rápido crescimento, como a On Holding AG, a New Balance e a Hoka, vêm conquistando clientes e ocupando mais espaço nas prateleiras dos varejistas, enquanto a situação de rivais tradicionais como a Adidas e a Nike melhorou. A empresa alemã nomeou recentemente o ex-executivo da Adidas, Andreas Hubert, como diretor de operações. Hubert tem 20 anos de experiência na Adidas, onde atuou nos últimos quatro anos como diretor de informação da companhia. Fundada em 1948, a Puma registrou € 281,6 milhões (US$ 330 milhões ou R$ 1, 7 bilhão) em lucro líquido no ano passado e € 8,8 bilhões (US$ 10,3 bilhões ou R$ 56 bilhões) em vendas, contando com uma força de trabalho global de cerca de 22.000 funcionários. A marca patrocina o time inglês da Premier League Manchester City, a seleção de Portugal e a equipe masculina de handebol da Dinamarca, entre outros. Expectativa frustrada: Nike adia lançamento de nova coleção da Skims, marca de Kim Kardashian A Anta é proprietária de marcas como Fila, Descente, Kolon Sport e Jack Wolfskin. Ela fez parte de um consórcio que adquiriu a finlandesa Amer Sports Oyj, fabricante das raquetes de tênis Wilson e dos tacos de beisebol Louisville Slugger, por cerca de € 4,6 bilhões (US$ 5,3 bilhões ou R$ 29,2 bilhões) em 2019. Fundada em 1990 pelo lendário ginasta chinês de mesmo nome, a Li Ning projeta e vende calçados, roupas e acessórios esportivos profissionais e casuais. Além de sua marca homônima, possui ou licencia outras marcas esportivas, incluindo a de tênis de mesa Double Happiness, a de esportes ao ar livre Aigle e a de badminton Kason.