O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta segunda-feira (25) que credita a sua "interlocução" o motivo de ter sido citado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em conversas com o filho Eduardo, divulgadas na semana passada pela Polícia Federal. Em 27 de junho passado, o deputado federal, que está nos Estados Unidos, enviou três arquivos para o pai e perguntou se poderia compartilhá-los. Na resposta, Jair Bolsonaro foi enfático: "Não. Esqueça qualquer crítica ao Gilmar". Os conteúdos não foram recuperados pela PF, apenas os áudios. Para Gilmar Mendes, a citação a ele é fruto de sua "interlocução" com diferentes personagens políticos. – Nesses tempos, não (falei com Jair Bolsonaro). Mas tive muitas conversas com ele no passado e recebi muitos interlocutores. Todos sabem que eu converso com todos os lados da política há muito tempo. De modo que não há nenhuma conversa minha com o presidente. Agora, porque ele determinou ou sugeriu que não fizesse crítica a mim? Talvez, porque eu seja um interlocutor (...) Quando uma colega de vocês (vê muitas pessoas no meu gabinete) diz que lá parece o Pátio dos Milagres, porque junta gente de diversas origens – afirmou o ministro, após participar de um evento do Grupo Esfera, no Panamby, Zona Sul de São Paulo. Mais cedo, no mesmo evento, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, disse acreditar em uma mudança na decisão judicial que condenou o ex-presidente a oito anos inelegibilidade, ocorrida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para Gilmar Mendes, a questão não deve ser levada a sério. – Eu não vou emitir juízo sobre isso, sobre a fala, mas eu repito que a decisão do TSE sobre a inelegibilidade já transitou em julgado. Tem, acho que, alguma pendência no Supremo Tribunal Federal. Mas não há espaços para brincadeiras nessa temática – disse o magistrado.