Empresário preso movimentou R$ 2 bilhões com empresas fantasmas

Um empresário conhecido como "rei dos empréstimos" movimentou mais de R$ 2 bilhões com empresas de fachada. Jobson Antunes Ferreira, ex-oficial da Marinha Mercante de 63 anos, usava mais de 30 identidades diferentes, entre elas Afonso Martins, Domingos Sávio e João Batista. As informações foram divulgadas no programa Fantástico , da TV Globo, neste domingo, 24. A Polícia Federal (PF) apreendeu documentos que mostram 334 empresas fantasmas registradas em nome dele ou de laranjas. O volume financeiro ultrapassa R$ 2 bilhões. Segundo a PF de Niterói, o empresário é chefe de organização criminosa. + Leia mais notícias de Brasil em Oeste Jobson atuava com a ajuda da mulher, Cláudia Márcia, também acusada de falsificar documentos. Os dois foram presos na quinta-feira 21, em um condomínio de luxo em Niterói (RJ) . Jobson já havia ficado preso em 2024, quando a polícia deteve um laranja com documento falso. Na ocasião, tentou subornar o delegado. Ele ficou seis meses na prisão e saiu com tornozeleira eletrônica em novembro. Mesmo assim, continuou a operar o esquema. https://youtu.be/y3Lt9m-RDKI?si=EzmF8Neu2K5yVVop Em nota, o advogado Jair Pilonetto, que defende o casal, afirmou que “os acusados não cometeram os crimes imputados a eles e que a inocência dos dois será comprovada no decorrer da instrução processual”. 'Rei dos empréstimos' começou esquema no ano 2000 A investigação mostra que Jobson aplicava golpes há mais de 25 anos. "A gente descobriu que ele geria uma verdadeira empresa do crime", disse o delegado Bruno Bastos Oliveira ao Fantástico . O primeiro registro foi em Itaipuaçu, no começo dos anos 2000, quando, dono de uma loja de material de construção em crise, passou a criar empresas falsas para conseguir empréstimos. Ele contava com apoio de contadores, que transferiam firmas encerradas para laranjas. Leia também: "Um quarto dos brasileiros vive sob controle de facções criminosas, mostra estudo" Assim, abria negócios de fachada em endereços reais. Em um minimercado, a PF identificou 30 mercearias no mesmo local. Em outro, havia 13 registros distintos. As empresas não tinham funcionários nem produtos, mas apareciam regulares no sistema. Jobson recrutava laranjas entre pessoas em situação de rua, oferecendo dinheiro, alimentos e até dentaduras. Alguns reclamavam da falta de pagamento. Além disso, a PF identificou que até gerentes de bancos recebiam vantagens. Em um dos casos, um gerente ofereceu crédito de quase R$ 100 mil para empresas de energia solar. O empresário apresentou documentos e lista de clientes falsos. A PF descobriu que um dos endereços era a casa dele, sem placas solares. O esquema consistia em pagar as primeiras parcelas dos empréstimos para disfarçar a fraude. Depois, suspendia os pagamentos, simulando dificuldades financeiras. O post Empresário preso movimentou R$ 2 bilhões com empresas fantasmas apareceu primeiro em Revista Oeste .