Ana Castela nasceu no Mato Grosso do Sul, mas sua apresentação em Barretos (SP), na última sexta-feira, 22, comprovou que as fronteiras da música sertaneja são amplas. Bastaram duas horas para transportar o público para a cultura local: cavalgadas sob o luar, o pulsar de um coração, o mapa do Brasil traçado em luz, e uma roseta, símbolo da Festa do Peão, da qual ela foi uma das protagonistas. + Leia mais notícias de Cultura em Oeste Além destas imagens, silhuetas de bois e peões dançavam com a noite. Todas iluminadas por drones . A comemoração era de 70 anos do evento. No ritmo do agronegócio e das rotas do campo. Ao fundo, as luzes de Barretos cintilavam como um farol rural. Indicavam a imensidão da planície e a presença forte das lavouras e do coração sertanejo. Músicas de Ana Castela O palco da arena ficou lotado. A multidão cantava as músicas da jovem, de 21 anos, mas que entoa um estilo de mulher madura. Vibrante, a plateia contava com pessoas de todas as idades. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Festa do Peão de Barretos (@festadopeaodebarretos_oficial) Elas demonstravam orgulho por representarem uma região que esbanja modernidade, sintonizada com as novidades, integrada com o país , não mais só pelas estradas sem fim. Uma conexão que une campo e cidade. Não havia arranha-céus, mas não faltava um outro tipo de pujança. No repertório, Ana misturava a história de sua vida com a do campo. Cowgirl , Saudade é saudade , Rodeio no Texas , Se amando nas BR , Pra quem cê ligou e Não precisa ser cowboy encantavam. Falavam de todos e de cada um. Leia mais: "Quando a bossa nova ganhou o mundo" O ápice veio com Nosso Quadro e Tô Voltando . Em alguns momentos, a apresentação da cantora teve a força dos espetáculos da Broadway ou da Epcot. Havia aspectos da cultura norte-americana no show de luzes. Na amplitude do som. No flerte com o pop e com o rock . No encaixe das coreografias. Assim como o agro, a boiadeira Ana mostrou um lado do país inserido no mundo. Bastou a última canção se perder no céu de Barretos, para todos saírem com uma certeza: a voz do Brasil nasce do seu interior. O post A noite de Ana Castela apareceu primeiro em Revista Oeste .