Procurada por um grupo de embaixadores revoltados, a presidente da Associação dos Moradores da Área do Canjerana, Natanry Osório, iniciou um movimento contra as festas rave organizadas à beira do Lago Sul e que atormentam o fim de semana tanto de quem mora no Lago Sul quanto na Asa Sul, Paranoá e Itapoã. “No coração do Planalto Central, projetada para ser um símbolo de ordem e modernidade, um pulso eletrônico insistente rompe a madrugada desse domingo, dia 24 de agosto de 2025. Uma festa rave, instalada em pleno centro da capital, às margens do Lago Paranoá, impõe sua vontade sonora a quilômetros de distância, transformando o direito à diversão de um grupo em uma violação massiva do direito ao sossego de uma cidade inteira”, conta Natanry. Ela orientou os embaixadores a procurarem as delegacias de polícia da região para um termo de responsabilização. “A frustração do cidadão encontra eco na própria estrutura de fiscalização. O Instituto Brasília Ambiental (Ibram), apesar de reportar centenas de ações de fiscalização, sua atuação soa mais como um registro póstumo do que uma medida preventiva. O cenário se agrava com a Polícia Militar (PMDF), que, conforme seu próprio procedimento oficial, exige que o cidadão acione o 190, se identifique pessoalmente à guarnição no local da ocorrência e manifeste o interesse de comparecer à delegacia para a lavratura de um Termo Circunstanciado. Essa burocracia excessiva, longe de proteger, cria uma barreira que favorece diretamente o infrator, garantindo que a desordem continue a reinar pela dificuldade imposta a quem busca apenas o cumprimento da lei”, avisa Natanry. Ela lembra que, pela própria organização de Brasília, shows dessa natureza devem acontecer na Escala Gregária, ou seja, na região do Mané Garrincha e arredores.