Pré-sal impulsiona produção de baixo carbono e inovação tecnológica

Estratégico para os negócios da Petrobras, o pré-sal é também uma peça-chave na transição energética justa, afinal a empresa produz mais petróleo por poço do que na média nacional. Isso significa mais eficiência, em menos tempo e com menos emissões de gases de efeito estufa nas operações, já que quanto menor o esforço para produzir, menor o dispêndio de energia e a emissão de carbono. Do pré-sal, onde a Petrobras concentra 80% da sua produção, vem uma fatia relevante dos recursos que financia a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias que vão permitir a consolidação definitiva das fontes renováveis e de outras soluções disruptivas para a matriz energética brasileira. P-75 é uma das seis plataformas em operação no Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos Petrobras Por conta das suas características físicas particulares, o óleo do pré-sal ainda tem vantagens ambientais sobre os demais e, por isso, possui um importante papel a cumprir na transição para uma economia de baixo carbono. O petróleo da região possui uma concentração de CO2 menor do que a da média mundial, o que coloca o Brasil em posição de vantagem em relação a outros países. Mesmo a comparação com outras regiões produtoras nacionais é positiva. No Brasil, são emitidos, em média, 16 kg de CO2 equivalente por cada barril de petróleo produzido, segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No pré-sal, a média é de cerca de 10 kgCO2eq por barril, sendo que, no campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, o volume é ainda menor, de 9 kgCo2eq por barril, de acordo com a Petrobras. Tecnologias patenteadas e inovadoras A vantagem ganha dimensões maiores quando associada ao uso de tecnologias pela Petrobras, como a de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) e o HISEP®, patenteado e desenvolvido pela empresa em 2024. A tecnologia de CCUS consiste em retirar o gás carbônico do petróleo e gás produzidos e injetá-lo de volta no reservatório, em formações geológicas no fundo do mar. A reinjeção amplia a eficiência da produção e reduz a intensidade de emissões de gases de efeito estufa. O objetivo nesse caso é buscar uma operação com baixo custo e baixo carbono. Atualmente, as 23 plataformas que operam nos campos do pré-sal são equipadas com CCUS. No ano passado, foram reinjetados 14,2 milhões de toneladas de CO2 no pré-sal da Bacia de Santos, volume superior aos 13 milhões de toneladas do ano anterior. Segundo a Petrobras, além de pioneiro em águas profundas, o programa é o maior em operação no mundo. Ele corresponde a um quarto da capacidade mundial, reportada pela Global CCS Institute em 2024, de 51 milhões de tCO2. Sozinha, a Petrobras reinjetou 67,9 milhões de toneladas de CO2, de 2008 até o ano passado. O pioneirismo do projeto de CCUS da Petrobras no pré-sal foi reconhecido com a premiação da entidade global “Carbon Sequestration Leadership Forum” (CSLF). No Brasil, o projeto ainda rendeu à Petrobras o prêmio Firjan de Sustentabilidade em 2020, na categoria Mudança Climática e Eficiência Energética. O HISEP® (sigla em inglês para separador de alta tensão) foi igualmente idealizado para aumentar a eficiência produtiva, reduzir custos e a intensidade de emissões em sistemas de produção de petróleo e gás do pré-sal. O projeto pioneiro foi implantado no campo Mero 3, no ano passado. No equipamento, no fundo do mar, acontece a separação entre o petróleo e o gás, rico em CO2, reinjetado diretamente no reservatório. Assim, grande parte do processo de separação deixa de ser feito na planta de processamento do FPSO (unidade flutuante que produz, armazena e transfere petróleo) e passa a ser realizado no ambiente marinho. O resultado é um ganho de eficiência energética, reduzindo o impacto ambiental e a intensidade das emissões. Os resultados expressivos da Petrobras em seu programa de CCUS da ocorrem em um contexto de conciliação entre segurança energética e transição energética. Para ser justa, a transição energética precisa continuar a prover a energia atualmente necessária enquanto novas soluções são desenvolvidas. Saiba mais sobre a transição energética justa, liderada pela Petrobras