A Humain, principal empresa de inteligência artificial da Arábia Saudita, lançou um aplicativo de IA conversacional voltado para árabes e muçulmanos. Impulsionado por seu modelo de linguagem de grande porte, o Allam, o Humain Chat foi desenvolvido com base nos valores e na herança islâmica, segundo informou a empresa em um comunicado nesta segunda-feira. Imbróglio: Musk processa Apple e OpenAI alegando que as duas empresas prejudicam concorrência em IA Veja como vai funcionar: Perplexity propõe remunerar editores de conteúdo pelo uso de notícias O aplicativo, inicialmente disponível apenas na Arábia Saudita, permitirá conversas bilíngues em árabe e inglês, e será compatível com vários dialetos do árabe, incluindo o egípcio e o libanês. Tareq Amin, CEO da empresa, afirmou que o lançamento é um “marco histórico em nossa missão de construir uma IA soberana que seja ao mesmo tempo tecnicamente avançada e culturalmente autêntica,” enfatizando que o projeto foi desenvolvido na Arábia Saudita por talentos sauditas. A equipe responsável pelo chatbot incluiu 120 especialistas em IA, metade dos quais são mulheres. Como a IA está mudando a forma de navegar na internet? E quais as consequências disso De acordo com Amin, o Allam foi treinado com conjuntos de dados e mecanismos de proteção que refletem a cultura e os valores da região. Esse tipo de controle também pode ajudar o reino a restringir quais informações estão disponíveis. O modelo representa um desafio ao Falcon Arabic, um projeto semelhante sendo desenvolvido por um braço de pesquisa do governo de Abu Dhabi. A Humain assumiu o controle do Allam da Autoridade Saudita de Dados e Inteligência Artificial (SDAIA), uma agência governamental que vinha trabalhando no modelo em parceria com a IBM (International Business Machines). A empresa absorveu ao menos 95 funcionários da SDAIA neste ano. O lançamento do Allam acontece em um momento em que empresas ao redor do mundo têm reavaliado se vale a pena o alto custo de desenvolver modelos de IA de ponta do zero. Tanto o Allam quanto o Falcon são valiosos regionalmente, pois oferecem saídas em árabe mais abrangentes e fortalecem a pesquisa local — embora não tenham como objetivo competir diretamente com modelos maiores como o ChatGPT da OpenAI. Ferramentas de viagem com IA estão em toda parte: Mas será que elas realmente funcionam? Propriedade do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, a Humain foi apresentada um dia antes da visita do presidente dos EUA, Donald Trump, ao país em maio. Durante essa visita, a empresa garantiu semicondutores da Nvidia e da Advanced Micro Devices para um grande projeto de centro de dados. Amin afirmou que a empresa construirá 1,9 gigawatts em data centers até 2030. Em junho, a Humain formou uma unidade voltada para publicidade e jogos eletrônicos. A empresa também divulgou planos para investir pesadamente em centros de dados, computação em nuvem e modelos de linguagem de grande porte, e está planejando um fundo de capital de risco de US$ 10 bilhões.