Israel rebaixa relações diplomáticas com Brasil após impasse sobre novo embaixador

Israel anunciou nesta segunda-feira (25) que rebaixará suas relações diplomáticas com o Brasil, após o governo brasileiro não responder ao pedido de aprovação do novo embaixador indicado por Tel Aviv. A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, por meio de nota divulgada ao jornal The Times of Israel . O governo israelense havia indicado, em janeiro, o diplomata Gali Dagan, ex-embaixador de Israel na Colômbia, para chefiar a embaixada em Brasília. No entanto, segundo Israel, o pedido de agrément (aprovação formal) foi ignorado por meses, o que levou à retirada da solicitação. “Após o Brasil, excepcionalmente, se abster de responder ao pedido de agrément do embaixador Dagan, Israel retirou o pedido, e as relações entre os países agora são conduzidas em um nível diplomático inferior”, declarou a chancelaria israelense. A relação diplomática entre os dois países tem enfrentado tensões desde o início do atual governo brasileiro. Desde 12 de agosto, a embaixada de Israel no Brasil está sem representante oficial, após a aposentadoria do embaixador Daniel Zonshine, que ocupava o cargo desde 2021. Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) não se pronunciou sobre o rebaixamento anunciado por Israel. Israel acusa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de adotar posturas pró-Hamas, enquanto o chefe do Executivo brasileiro tem feito críticas à atuação militar israelense na Faixa de Gaza. O número de mortos no território palestino ultrapassa 50 mil, segundo dados locais. O ponto mais crítico da crise ocorreu em fevereiro de 2024, quando Lula comparou as ações israelenses em Gaza ao Holocausto. Em resposta, o governo de Israel declarou o presidente brasileiro como “persona non grata”. O Brasil, por sua vez, retirou seu embaixador de Tel Aviv, reduzindo o peso da representação diplomática. Em 2025, o Brasil também ingressou formalmente como parte de uma ação contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que acusa o país de genocídio.