A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou a favor de que a Polícia Federal "monitore em tempo real" o cumrpimento de medidas cautelares pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O parecer foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmar que havia risco de fuga do ex-mandatário, que está em prisão domiciliar e na semana que vem começará a ser julgado pela acusação de tentativa de golpe. "Parece ao Ministério Público Federal de bom alvitre que se recomende formalmente à Polícia que destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue o monitoramento em tempo real das medidas de cautela adotadas", diz o parecer assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Nesta segunda-feira, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informou ao STF que recebeu o ofício do líder do PT. Ao responder ao encaminhamento feito pela PF, Gonet defendeu que o monitoramento seja feito com "cuidado", para que as medidas "não sejam intrusivas da esfera domiciliar do réu, nem que sejam perturbadores das suas relações de vizinhança". O líder do PT também cita a obtenção de informações sobre um “plano de fuga”, somada à “proximidade geográfica e à conjuntura política e investigativa” para pedir o reforço de policiamento. No relatório em que indicia Bolsonaro por tentativa de coação à Justila, a PF relatou ter apreendido no celular do ex-mandatário um pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. O documento, de 33 páginas, prevê uma alegação de perseguição política no Brasil.“De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares”, diz o texto.