O governo de São Paulo anunciou o início de medidas de contingência em meio a falta de chuvas e o estado de atenção no nível dos reservatórios na Região Metropolitana da capital paulista. Na noite desta segunda-feira (25), a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), por meio da Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo (Arsesp), autorizou que a Sabesp reduza a pressão do fornecimento de água durante a madrugada. Segundo o governo, a Sabesp poderá definir um período de oito horas, com intervalo que será definido pela companhia, em que a diminuição na pressão fica autorizada de forma excepcional. A medida ficará válida até que os níveis dos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana sejam recuperados. A ação, segundo a Sabesp, pode gerar uma economia de 4 metros cúbicos de água (ou 4.000 litros) por segundo. A agência de Águas do Estado de São Paul, a SP Águas, recomendou para a Arsesp a adoção de medidas que reduzam o volume de retirada de água dos reservatórios. Segundo a agência, a Grande São Paulo enfrenta uma sequência de anos com chuvas abaixo da média. O governo de São Paulo também anunciou que iniciará nesta semana uma campanha de conscientização para a redução do consumo de água. Em nota, a Sabesp confirmou que fará a redução da pressão noturna para minimizar as perdas e que os imóveis residenciais que possuem caixa d’água não devem sentir os efeitos desta ação. "Diante dos eventos climáticos, cenário de chuvas abaixo do esperado e da variação no nível dos mananciais, a Sabesp adotará as manobras operacionais temporariamente, evitando perdas de água por vazamentos e rompimento de tubulações. A iniciativa terá início após 48 horas da deliberação da Arsesp", informou a Sabesp. Nível mais baixo em 10 anos A região da Grande São Paulo é abastecida pelo Sistema Integrado Metropolitano (SIM), que interliga diversos mananciais e permite a transferência de água entre os sistemas. O SIM opera atualmente com um nível médio de 39,2%, abaixo do habitual para esta época do ano e acima apenas dos números registrados na crise hídrica de 2015. Volume no Sistema Integrado Metropolitano Sabesp A Sabesp afirmou ao GLOBO que não há risco de desabastecimento e argumentou que a estrutura formada por sete mananciais interligados garante maior segurança e flexibilidade no abastecimento da Grande São Paulo. Essa estrutura permite atender diferentes regiões a partir de mais de uma fonte, com o apoio de reservatórios importantes que ajudam a equilibrar a distribuição. O mecanismo foi aprimorado em especial após a crise hídrica de 2014 que atingiu São Paulo e levou a ações de racionamento de água. Após a crise, a Sabesp iniciou a operação do Sistema São Lourenço, a interligação Jaguari-Atibaia e a modernização de estações de tratamento, como as do Guarapiranga e do Rio Grande. Apesar de os índices atuais serem os menores dos últimos dez anos, a companhia destaca que a situação é distinta da de 2015, devido à robustez alcançada pela rede nos últimos anos. O governo do Estado de São Paulo, por meio da Semil e da Arsesp, afirmou que monitora diariamente os dados e projeções dos mananciais. O Executivo declarou ter confiança na resiliência do SIM, mas reforçou a importância do consumo consciente durante o período de estiagem. Uma campanha de conscientização será lançada nos próximos dias para orientar a população sobre o uso racional da água.