Você provavelmente já ouviu dizer que correr é prejudicial para os joelhos – e até mesmo que pode causar danos a longo prazo. Mas isso é verdade? Confiança em si mesmo: oito formas de fortalecer a autoconfiança, segundo a ciência Vegetal crucífero: O alimento que reduz em 20% o risco de câncer de intestino, segundo novo estudo Correr é uma atividade de impacto relativamente alto. Cada vez que seu pé toca o chão durante a corrida, seu corpo absorve uma força equivalente a cerca de duas a três vezes o seu peso corporal. É fácil imaginar essa carga indo direto para os joelhos – e, de certo modo, vai. Seus joelhos absorvem três vezes mais carga durante a corrida do que durante a caminhada. Mas isso não é algo ruim. Na verdade, correr pode ajudar a manter seus joelhos fortes e saudáveis – aqui está o que as evidências mostram. Feitos para se movimentar Seu corpo não é simplesmente um amontoado de ossos e cartilagem que se desgasta a cada passo. Ele é um sistema vivo e dinâmico, que cresce e se adapta em resposta às cargas que lhe são impostas. E precisa dessas cargas para continuar funcionando. Sua articulação do joelho é incrivelmente forte e feita para se mover. A cartilagem é um tecido conjuntivo forte e flexível, que amortece e protege os ossos da articulação. Há boas evidências mostrando que, quando a carga é retirada – por exemplo, durante repouso prolongado no leito ou imobilização – os ossos e a cartilagem começam a se deteriorar. O impacto da corrida Sabemos que correr reduz temporariamente a espessura da cartilagem do joelho. Essa espessura retorna ao normal algumas horas após o término da corrida. Pesquisadores sugerem que isso pode ser um processo importante que facilita a entrada de nutrientes na cartilagem, ajudando-a a se adaptar e se tornar mais forte. Apoiando essa ideia, evidências mostram que corredores tendem a ter cartilagem mais espessa do que não corredores – especialmente nos joelhos. Corredores também costumam ter melhor densidade mineral óssea do que não corredores. Já foi até sugerido que quanto mais você corre, mais protegido está contra o desenvolvimento de osteoartrite (embora sejam necessárias mais pesquisas para confirmar isso). Tudo isso indica que correr faz bem para a saúde e longevidade dos seus joelhos – mesmo antes de considerarmos os muitos benefícios já conhecidos para o coração e para a saúde metabólica. Estou velho demais para começar a correr? Infelizmente (até onde sei) não há evidências sólidas examinando o que acontece quando alguém começa a correr mais tarde na vida. No entanto, outras linhas de pesquisa sugerem que provavelmente é seguro e eficaz. Um estudo de 2020 demonstrou que adultos mais velhos (65 anos ou mais) que começaram a praticar treino de saltos de alta intensidade (conhecido como treinamento “pliométrico”) não apenas tiveram melhorias na força e na função, como também consideraram a prática segura e agradável. E considerando que esse tipo de treino gera cargas articulares muito maiores do que a corrida, temos uma boa indicação de que começar a correr mais tarde na vida também será seguro e eficaz. Ainda assim, você deve começar devagar. Como em qualquer tipo de exercício, seus músculos e articulações precisam de tempo para se adaptar à nova carga que está sendo imposta. Com isso em mente, o ideal é começar com intervalos em que você caminha por um curto período e depois corre. Assim, você pode aumentar gradualmente a distância de corrida ao longo do tempo, dando ao seu corpo tempo para se adaptar. A má reputação da corrida Acredito que esse mito ainda persiste porque, apesar de todos os benefícios à saúde, quase metade dos corredores sofre algum tipo de lesão a cada ano – e as lesões no joelho estão entre as mais comuns. No entanto, a grande maioria delas é conhecida como lesão por “uso excessivo”, causada por problemas de gerenciamento da carga, e não pela corrida em si. Isso significa que elas surgem porque as pessoas correm demais, muito rápido, sem dar tempo para o corpo se adaptar e se fortalecer. *Hunter Bennett é professor de Ciências do Exercício na Universidade da Austrália Meridional. *Este artigo foi republicado de The Conversation sob licença Creative Commons. Leia o original.