Capitaneada por Felipe Landuci, professor do Instituto de Biologia da UFRJ, uma pesquisa de cultivo de algas acontece desde março na Lagoa de Marapendi. A espécie escolhida, da família das filamentosas, é resistente a ambientes poluídos e puxa os nutrientes provenientes do esgoto na água, deixando-a mais limpa, além de absorver gás carbônico da atmosfera. A primeira colheita foi em junho; e a segunda, em meados deste mês. Veja vídeo: Patrulha Ambiental procura jacaré com corda no pescoço visto próximo a condomínio na Barra Obra polêmica: Ministério Público Federal pede demolição urgente de construções do Corpo de Bombeiros na Praia do Pepê — Temos pouco relatos dessa espécie como biorremédio nesses ecossistemas e também sobre seu potencial econômico — explica Landuci. — E ouvimos que ela pode ser um problema ambiental pela resistência, mas não deixamos que cresça descontroladamente. Ela fica presa num tapete e fazemos uma raspagem mensal. Com as primeiras colheitas, o estudo analisa agora o quanto desses nutrientes foi retirado pelas algas e como a biomassa resultante pode ser comercializada. A opção mais promissora é sua utilização como fertilizante para lavouras, mas há ainda possibilidade de que sirva para produzir biochar, material usado para geração de energia, purificação de água, sequestro de carbono e remediação do solo, diz Landuci. O professor Felipe Landuci com a balsa, na Lagoa de Marapendi Divulgação Atualmente, há uma balsa na Lagoa de Marapendi, com 75m², e os pesquisadores já têm autorização da Secretaria municipal de Meio Ambiente e Clima para uma segunda. Se os resultados forem promissores, o laboratório pode buscar licenças para instalar novos cultivos em outras lagoas da região. — Outra grata surpresa é que o local se tornou atrator de animais. Peixes comem a alga, e jacarés comem os peixes. Cria-se um ecossistema novo — diz o professor. Todas essas mudanças podem começar a trazer esta nova vida para o ambiente, também proporcionando outras maneiras do próprio humano usar o espaço. — Este ecossistema novo pode inclusive, por exemplo, incentivar a produção pesqueira nesses ambientes — destaca Ronaldo Cavalli, professor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e membro da rede de pesquisadores do INPO (Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas). — O cultivo de algas só traz aspectos positivos, então é extremamente interessante. Já existe um mercado de produção de fertilizantes com macroalgas. E dependendo do volume de produção, vai interessar à indústria farmacêutica e de alimentos também.