Conrado Segreto ganha homenagens com exposição e coleção assinada pela sobrinha

Em 1991, um desfile apoteótico na Casa Manchete (a residência da família Yunes no Jardim Europa, que ganhou tal apelido na época que pertencia a Adolpho Bloch, fundador da extinta TV Manchete) parou São Paulo. Cerca de 900convidados se reuniram no jardim da residência em estilo neoclássico, frente a uma passarela de80metros, pela qual desfilaram nomes como Claudia Liz, Silvia Pfeifer e Alessandra Berriel, ao som de Gershwin interpretado ao vivo, vestindo criações luxuosas de cetim Bucol, organdi suíço e zibeline brasileiro da Tecelagem Safira. Madah usa vestido de georgette de seda com aplicação de plumas da coleção desfilada em 1989 na Casa Rhodia. Vogue Brasil/ Luiza Ananias Tratava-se do último desfile de Conrado Segreto, nome dos mais talentosos da história da moda nacional, mas cuja carreira meteórica foi precocemente encerrada aos 32 anos, após apenas quatro grandes desfiles, por conta de sua morte em decorrência da aids, em 1992. Duas décadas após o auge dos costureiros como Dener e Clodovil, Conrado recuperava o glamour da “alta-costura” brasileira, mas com algo que lhe era totalmente único: frescor. “Entre os costureiros que o Brasil teve, Conrado era, no fundo, o único que não parecia uma cópia estrangeira”, define hoje Costanza Pascolato, que, em 1989, chegou a assinar uma matéria de capa para a Veja São Paulo sobre o estilista, em uma época na qual a moda não era assunto comum na grande mídia. Claudia Liz veste parka de paetês e shantung do desfile apresentado em 1989 por Conrado Segreto na FAAP Vogue Brasil/ Luiza Ananias Polêmico, dono de tiradas afiadíssimas, um dândi do seu tempo e sem falsa modéstia. Tão famosa quanto as criações luxuosas de Conrado – e seu talento nato para a ilustração – era sua personalidade ácida. E também seu lado perfeccionista, incansável, absolutamente apaixonado pelo ofício – pelo qual viveu e trabalhou até o fim. “Conrado era canceriano e a sensibilidade saltava dele. Mas, junto dela, uma força de presença: talentoso, responsável, dedicado, receptivo, ciumento, competitivo e confiável. Uma dessas pessoas com quem você sabe que pode contar, sempre. Era agradável na convivência, mas intenso. Estava inteiro em tudo o que fazia”, descreve Gloria Coelho, de quem Conrado foi assistente. Vestido de veludo inspirado em um cardigã de tricô da mãe do estilista, desfilado originalmente por Claudia Liz, e blazer de zibeline de seda. As duas peças fazemparte da coleção apresentada em 1990 no Museu do Ipiranga. Vogue Brasil/ Luiza Ananias Revistas Newsletter Parte das criações originais do estilista poderá ser vista pelo público a partir do dia 26 deste mês, em uma exposição que acontece no átrio do Shopping Cidade Jardim. É apenas a segunda vez que tal acervo de roupas ganha uma mostra após sua morte, sendo a primeira em 2018 durante o SPFW. A iniciativa é parte do projeto Carol Bassi visita Conrado Segreto, que inclui também uma coleção desenhada pela sobrinha de Conrado, Julia Segreto, a ser desfilada no mesmo dia 26. Claudia veste parka (R$ 5.291) e calça (R$ 3.491) da coleção Carol Bassi visita Conrado Segreto da CAROLBASSI, criada por Julia, sobrinha do estilista Vogue Brasil/ Luiza Ananias A relação entre Anna Carolina Bassi e o acervo de Conrado começou em 2022, quando o stylist Davi Ramos levou alguns vestidos do estilista para que Carol usasse em uma sessão de fotos para uma matéria e ela se emocionou ao vê-los. Davi, então, conectou Caio Campos, marido de Carol e cofundador da Carol Bassi, com Rita Segreto, irmã de Conrado. É ela a guardiã do espólio, formado por mais de 80 peças, centenas de ilustrações e croquis de looks que não foram produzidos. “Na época, Davi chegou a sugerir que fizéssemos uma colaboração, mas não me sentiria confortável em apenas reinterpretar, dentro de uma marca que tem uma vocação um pouco mais comercial, o trabalho de alguém deste tamanho”, lembra Carol. Foram meses de conversas entre Caio e Rita, sem um caminho definido, mas com um propósito partilhado: o de manter vivo o legado de Segreto e sua contribuição à moda brasileira. “Há uma nova geração que sequer conhece o trabalho do estilista – e não me saía da cabeça uma frase que ouvi de Rita: ‘Como pode um país não ter a capacidade de sustentar a memória da sua cultura de moda?’”, conta Caio, que guarda, ele mesmo, lembranças especiais ligadas Conrado. “Quando eu estava prestes a entrar na faculdade de administração de empresas, falei para o meu pai que meu sonho era ter uma loja na Rua Oscar Freire. Minha avó fazia parte da colônia libanesa, e me lembro da agitação em torno do desfile ao qual ela compareceu na Casa Manchete, assunto que dominou conversas por semanas. Quando a apresentação chegou à capa do caderno Ilustrada, na Folha de S. Paulo, usei para provar para meu pai, assinante assíduo de jornais, como a moda era um assunto sério.” Jaqueta (R$ 3.194) e calça (R$ 2.294) também da coleção Vogue Brasil/ Luiza Ananias Após mais de um ano de maturação, Rita apresentou Julia a Caio – e ela entrou na história. Aos 41 anos, a filha de Rita e sobrinha de Conrado é figura talentosa (e discreta) da moda nacional. Formada pela Santa Marcelina, começou a carreira na Maria Garcia (marca de Clô Orozco) e vem de uma temporada de 11 anos na equipe de estilo da NK Store. Em novembro do ano passado, Julia ingressou na Carol Bassi para tocar a coleção Carol Bassi visita Conrado Segreto e, em janeiro deste ano, acabou assumindo também o posto de gerente de estilo da marca. “Julia se tornou estilista por conta de seu tio e só ela mesma poderia reinterpretar esse legado”, diz Caio. “A Julia é uma líder nata e leve, o que é raro. Sua chegada acabou sendo um presente para a marca”, diz Carol. Blazer e saia de shantung inspirados em fitas de armarinho, desfilados em 1991 na Casa Manchete Vogue Brasil/ Luiza Ananias Muito antes do termo “estilista” começar a ser usado no Brasil, a moda nacional autoral nasceu nos anos 1950, com criadores que se autodenominavam costureiros – uma tradução do termo em francês couturier, um profissional da moda especializado em criar peças de alta-costura; ao contrário do “estilista”, que pode se referir a um universo mais amplo, como o prêt-à-porter. No início da década de 1950, José Ronaldo despontava como o primeiro a assumir o papel de criador das próprias peças (ainda que referenciasse a alta-costura que era produzida em Paris) com seu ateliê no Rio de Janeiro. A segunda metade da década marcaria a ascensão de Dener Pamplona de Abreu, o mais conhecido costureiro da moda brasileira e o primeiro a ganhar projeção pública por seu trabalho e por sua pessoa. Entre os anos 1950 e meados dos anos 1970, o Brasil viveu os tempos áureos destes profissionais, com nomes também como os de Clodovil Hernandes e Guilherme Guimarães. Ilustração desenvolvida por Conrado para a Vogue Divulgação A década de 1980 e o fim da década anterior seriam marcadas pela ascensão das marcas de jeanswear e pela fundação de etiquetas de prêt-à-porter com identidade própria como a G (de Gloria Coelho), a Maria Bonita e a Huis Clos. Em paralelo, ainda havia costureiros que persistiam na moda criada em ateliês artesanais sob medida, como Fernando José, Ugo Castellana e José Nunes – mas cujo estilo havia ficado datado. E Conrado Segreto. “Há algo de novo no reino da moda em São Paulo. Exatamente ao mesmo tempo em que a alta-costura paulistana está em plena crise de identidade, o costureiro Conrado Segreto, de apenas 29 anos, avança a passos firmes para reabilitar os trajes elegantes comum ar de modernidade que não se via há muito tempo”, escreveu Costanza Pascolato, em julho de 1989, para a matéria de capa da Veja São Paulo. “Visto a mulher do fim dos anos 1980 com a elegância de uma lady inglesa, mas não me permito deixar de ser criativo. Gosto de luxo, e luxo é alta-costura com uma visão mais atual”, disse o estilista a Costanza à época da matéria. Ele trazia ironia e tempero pop à passarela, misturava texturas e códigos de diferentes épocas, brincava com padronagens como poá e pied-de-poule em diferentes escalas, apostava em sapatilhas sem salto de bico fino, em decotes recortados sinuosamente, em parkas amplas, nas cores, na emoção. “Conrado imprimi a um estilo meio rebelde à alta-costura clássica, e tinha um olhar brasileiro. Ele vestia a turma do clube Harmonia, os ‘quatrocentinhos’, as mulheres chiques, para festas maravilhosas que as pessoas ofereciam em suas casas”, diz Costanza. Ilustração desenvolvida por Conrado para a Vogue Divulgação Nascido em São Paulo, seis anos mais novo que Rita, Conrado desenhava obsessivamente desde a infância – mesmo no fim da vida, era capaz de esboçar uma coleção inteira em guardanapos enquanto estava sentado à mesa de almoço. Criado por uma mãe elegante e interessada por moda e por um pai italiano de “mentalidade tranquila”, se formou no colégio Equipe, colega de turma de Leda Catunda e José Leonilson, após passar por episódios de bullying e repressão em uma instituição anterior. Por expectativa da família, ingressou em jornalismo na PUC-SP, que cursou por três anos e meio e, em paralelo, passou a criar coleções para confecções no Bom Retiro, atividade que o conduziu a viagens de pesquisa para cidades como Nova York, Paris e Milão. Ilustração de Conrado para a Vogue, que estampou uma edição de 1988 Divulgação Autodidata, aperfeiçoou a técnica trabalhando. “Ele tinha uma excelência não apenas no desenho, mas na construção da roupa. Era obcecado por costura, corte, modelagem. Capaz de passar três dias acertando o encaixe de um ombro. Ele tinha uma espécie de paranoia de ter que servir àquele talento. Não era o talento a serviço dele, era ele que estava a serviço do talento”, lembra Rita. Conrado Segreto Reprodução Após deixar o jornalismo, foi trabalhar como assistente de Gloria Coelho na G, como se chamava originalmente a marca fundada pela estilista mineira, que vivia um momento efervescente no qual a moda brasileira passava a reivindicar sua própria linguagem. Além de acompanhar todas as etapas do processo criativo, também era de responsabilidade de Conrado criar o livro de vendas da coleção. “Não com fotos, como se faz hoje, mas com desenhos à mão”, lembra Gloria. “E foi aí que seu talento se revelou em plenitude. Conrado desenhava com o quem respira. Fluía com uma naturalidade impressionante. Guardo até hoje alguns dos books de vendas que desenhou na G. São incrivelmente belos, claros, precisos. Conrado tinha algo que poucos têm: a capacidade de traduzir uma ideia em imagem com exatidão, poesia e técnica.” Em paralelo, entre 1986 e 87, integrou a Cooperativa de Moda, um grupo de nove estilistas, entre eles Walter Rodrigues e Jum Nakao, em sua maioria assistentes em marcas já estabelecidas (Conrado na G e Walter na Huis Clos), que buscava apresentar seu trabalho enquanto novos talentos. O coletivo durou apenas dois desfiles, o primeiro deles armado no Museu d aImagem e do Som (MIS), mas foi um movimento importante enquanto organização da moda brasileira, sucedendo iniciativas como o Grupo Moda-Rio e o Grupo Mineiro de Moda, em uma época na qual ainda não havia uma semana de moda nacional. “Resolvemos fundar o grupo para criar coleções para empresas sem equipes de designe, com os valores recebidos, criarmos nossas próprias coleções”, relembra Walter Rodrigues. “Conrado era um furacão. A coleção apresentada por ele no MIS era impecável, me lembro até hoje de um bolero preto de camélias brancas. Não seguimos juntos, mas acompanhei seu sucesso e senti muita tristeza com sua partida tão precoce. Muitas vezes fico pensando onde teria chegado a moda brasileira com toda aquela energia.” Na G, ele conheceu também Marie Rucki, a diretora da prestigiada faculdade parisiense Studio Berçot, que vinha constantemente ao Brasil para ministrar cursos de estilismo na Casa Rhodia, pelos quais passaram Gloria e Reinaldo Lourenço. Marie se interessou pelos desenhos de Conrado e lhe conseguiu uma bolsa no Berçot. Ainda que não tenha considerado a educação em si das mais proveitosas (“Ele me dizia: ‘a madame Rucki quer coisas de mim que eu já fazia aos 15 anos’. Modéstia não era com ele”, conta Rita), ele aproveitou a temporada para mergulhar na cidade e estudar o trabalho de estilistas que admirava, como Yves Saint Laurent, Cristóbal Balenciaga e Elsa Schiaparelli. Após um ano, voltou ao Brasil com o plano de abrir seu ateliê e fazer um desfile. Foram ao todo quatro desfiles grandiosos, todos produzidos pelo amigo Paulo Borges, que aconteceram entre 1989 e 1991 e ocuparam locações simbólicas de São Paulo: Casa Rhodia, FAAP,Museu do Ipiranga e CasaManchete.Aestreia na Casa Rhodia, para 200 convidados, foi realizada ao somde harpas e violinos, enquanto o Museu do Ipiranga teve a fachada tingida por luzes cor-de-rosa e a apresentação embalada pelo Coral Lírico doTheatro Municipal e pela bateria da escola de samba Camisa Verde e Branco, com direito a Pinah, passista da Beija-Flor emusa doCarnaval, cruzando a passarela. “Enquanto modelo, aquelas roupas nos impactavam tanto quanto impactavam a plateia. O desfile da Casa Manchete é um dos maismarcantes que fiz na vida.Melembro de entrar comaquele pôr do sol maravilhoso euma orquestra tocando ao fundo, com um vestido que fazia com que eu me sentisse uma princesa. O Conrado tinha essa capacidade de te levar para o mundo encantado dele, fazer sonhar”, lembra Claudia Liz, que costumava cruzar as passarelas ao lado de outras tops brasileiras da época: Tereza Cristina, Beth Prado, Silvia Pfeifer. Quando conheceuConrado, Liz voltava deuma temporada internacional, na qual havia desfilado para marcas como Chanel e Oscar de la Renta. “A roupa dele não devia em nada para a alta-costura francesa,emcriatividade e execução. Ele foiumgênio damoda.” Sua mulher era “feminina”, mas também dona de si, poderosa, jamais banal. Enquanto o power dressing dos anos 1980 vestia as mulheres para o mercado de trabalho com um uniforme inspirado no guarda-roupa masculino, Conrado queria provar que “usar saia não te coloca necessariamente em um lugar de servidão”, diz Rita. “Conrado queria mostrar que você pode se sentir feminina e estar no mercado de trabalho. Que, para ter voz, ser ouvida e expressar ideias próprias, você não precisava vestir necessariamente calça fusô e tênis branco. A mulher não devia se submeter a um código visual específico para ter representatividade. Para ele, essa era uma ideologia fundamental." Ao mesmo tempo, não poupava opiniões sinceras e afiadas, mantendo um olhar crítico que visava a excelência. “Certa vez, enquanto desenvolvia uma peça sob medida para Clô [Orozco], ele lhe disse que ela nunca poderia usar gola alta, ‘pois não tinha pescoço’”, conta Julia, que tinha 8 anos quando o tio faleceu e se lembra de passar boa parte do início da infância em seu ateliê, brincando com retalhos, ajudando a confeccionar laços e o ouvindo tocar piano ao lado de Rita. “Ele estava a serviço da cliente, mas acho que, na prática, era quase o contrário: a cliente é que se colocava a serviço do que ele tinha a oferecer. Não era um costureiro que executava o que ela pensou.” Na Vogue, a convite de Regina Guerreiro, suas ilustrações ganharam mensalmente as páginas da revista, entre 1988 e 1991. Assinou também o figurino de peças e óperas, como Don Giovanni (1990), de Mozart, dirigida por Bia Lessa, e Bomba- -Relógio (1991), de Roberto Lage; e foi o primeiro estilista brasileiro a criar um figurino para a Barbie, quatro vestidos comercializados coma boneca a convite da marca de brinquedos Estrela, em comemoração aos seus dez anos no Brasil. Com um ateliê localizado na Vila Nova Conceição, se estabeleceu com dinheiro próprio, que reuniu desenhando as inúmeras coleções industriais para confecções no Bom Retiro, como Le Mazelle e Diivon, e através de empréstimos bancários. Fez dinheiro com o ateliê [segundo dados do jornal O Estado de S.Paulo de 1990, suas criações, na época, começavam em US$1.500], teve entre suas clientes toda a alta sociedade paulistana e assinou inúmeros vestidos de noiva. “Ele gostava mesmo do melhor o tempo todo, comer bem, se vestir, viajar. Tinha uma fome de viver, um tesão pela vida muito grande”, diz a irmã. Conrado partiu aos 32 anos, em decorrência da aids, em dezembro de 1992. O vírus do HIV, que ele contraiu quase uma década antes, lhe acompanhou secretamente durante toda a carreira, por boa parte dos anos sem se manifestar. Já estava debilitado no desfile da Casa Manchete e faleceu em meio a uma negociação para assumir um cargo dentro da Max Mara, conta sua irmã. “Seria o primeiro passo da carreira internacional que ele planejava. Não achávamos que ele fosse partir tão cedo. O Drauzio Varella, seu médico, dizia: ‘Vamos segurar, o remédio está quase chegando’.[Em1991, teve início no Brasil o processo de aquisição e distribuição do primeiro antirretroviral para o combate ao HIV]. Nossa expectativa era de que ele se recuperasse”, diz Rita. Conrado não impactou apenas a moda brasileira com seu talento. Sua morte também marcou profundamente sua família, em especial a irmã, a quem era tão ligado – a única que, durante anos, soube de sua doença. Formada em arquitetura, Rita construiu carreira nomeio editorial de moda como stylist e, mais tarde, atuou como designer floral por 15 anos. Após a morte de Conrado, levou anos até reunir coragem para revisitar o acervo do irmão – que, até hoje, cuida e restaura. “Antes de morrer, um dia, ele me disse: ‘Tudo que criei, foi pensando em você’. Ao que eu, que também compartilho do humor, respondi: ‘Com certeza você diz isso para todas’”, relembra. Formada por 43 peças de roupa (além de cinco acessórios), que revisitam códigos de Conrado como a mistura de matérias-primas, parkas volumosas, estampas como poás e zebra, bouclés e laços, a coleção Carol Bassi visita Conrado Segreto será desfilada na passarela que liga o Shopping Cidade Jardim à Usina São Paulo. As criações terão tiragem limitada, serão vendidas durante um primeiro momento apenas na loja da marca no Cidade Jardim, trarão a logomarca de coração de Conrado (que foi inspirada no frasco de um perfume em formato de coração de Christian Lacroix; neste caso, o órgão) e tags coma reprodução de duas das suas ilustrações. “A ideia não era fazer nada em série, ser algo bem especial mesmo, para quem tem uma admiração pela história do Conrado. Era importante para nós demonstrar respeito por este legado, até por isso batizamos de ‘visita’”, diz Carol, cuja marca possui hoje seis lojas e prevê a inauguração de outras três ainda este ano, incluindo unidades em Brasília e em Florianópolis. Um perfil com o nome do estilista no Instagram (@conradosegreto) também foi ativado pelo projeto e vem sendo alimentado com vídeos de desfiles, ilustrações e depoimentos preciosos de pessoas próximas a Conrado. Já a exposição terá curadoria do Centro Universitário Belas Artes e será formada por criações de alunos que reinterpretem esse legado, além de looks de Conrado. “Para muitas pessoas, será a primeira oportunidade de ver de perto o trabalho deste gênio da moda brasileira. Queremos iniciar um diálogo – que as pessoas se interessem, pesquisem, publiquem”, diz Caio, que está em conversas para levar a exposição a outras cidades. “Que dia 26 marque apenas o começo de algo. Este é um projeto muito visceral, uma necessidade de levar isso de uma forma maior, sabe? O nosso objetivo é perpetuar a memória do Conrado.” * Foto: @luiza_ananias Direção de arte: @juliakoala Edição de moda: @zazapecego Beleza: @brazilrenata Produção executiva: @deialansky Produção de moda: @hanitahh Direção de Casting: @iristhedirectress Assistentes de foto: @mukastabile Assistentes de beleza:@taalzi @samanthadeodatto Tratamento de imagem: @factoryretouch