Surto na América Central: Paciente se recupera do primeiro caso humano de 'mosca-bicheira' nos EUA; entenda

Um caso raro de miíase causada pela larva da mosca-bicheira-do-Novo Mundo (Cochliomyia hominivorax) foi confirmado em 4 de agosto de 2025, em um residente de Maryland, nos Estados Unidos, que havia recentemente viajado a El Salvador. Entenda: Chrome à venda? Tribunal dos EUA pode forçar Google a se desmembrar Leia também: Urso 'cliente' invade sorveteria na Califórnia e prova vários sabores antes de ser expulso Segundo o The Washington Post, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (HHS), por meio do porta-voz Andrew Nixon, confirmou o diagnóstico após investigação conjunta com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e o Departamento de Saúde de Maryland. Trata-se do primeiro caso humano relacionado a viagens a países com surto ativo identificado nos Estados Unidos. O paciente se recuperou plenamente, e não houve indícios de transmissão para outras pessoas ou animais. Embora o parasita seja extremamente raro em humanos, especialmente nos EUA, ele representa uma grave ameaça à pecuária. De acordo com a Reuters, estimativas indicam que a introdução de um surto poderia gerar perdas de até US$ 1,8 bilhão, cerca de R$ 9,7 bilhões, apenas no Texas. As autoridades reforçam que o risco à saúde pública nos EUA permanece muito baixo, mesmo diante de surtos recentes na América Central e no sul do México. Em resposta ao caso, o USDA anunciou um plano amplo para reativar a prática de liberação de moscas estéreis, técnica usada nos anos 1960 para erradicar o parasita no país. A estratégia inclui a construção de uma instalação no Texas com capacidade para produzir até 300 milhões de moscas estéreis por semana, com apoio de unidades no Panamá e no México, segundo o The Washington Post. A secretária do USDA, Brooke Rollins, destacou que a estrutura doméstica “garantirá que os EUA continuem a liderar o combate a esta praga devastadora”. Além disso, foram destinados US$ 100 milhões, cerca de R$ 500 milhões, para tecnologias complementares, incluindo armadilhas, iscas, terapias e sistemas de reforço, assim como o treinamento de “Tick Riders” e cães farejadores para a vigilância do gado. Também neste mês, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS) emitiu uma declaração de emergência que ampliou a atuação da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), autorizando o uso emergencial de medicamentos veterinários para prevenir ou tratar infestações, uma vez que atualmente não existem remédios aprovados nos EUA para esse tipo de mosca. A doença A mosca-bicheira-do-novo-mundo é uma varejeira cujas larvas se alimentam de tecido vivo, diferentemente de outras que se alimentam de material necrosado. Após o acasalamento, a fêmea deposita centenas de ovos em feridas ou orifícios; as larvas eclodem em 12 a 24 horas, perfurando o tecido e causando dores intensas, feridas extensas e odor fétido, segundo o The Washington Post. O tratamento envolve remoção médica ou cirúrgica das larvas, limpeza antisséptica e fechamento da ferida. Se não for realizado rapidamente, pode ser fatal para animais e grave para seres humanos. Erradicada dos EUA nas décadas de 1960 e 1970, com casos episódicos, como em 2017 nos Florida Keys, a mosca agora ressurge devido à expansão a partir de surtos recentes na América Central.