Zema descarta concorrer como vice à Presidência e tenta se desvincular de Bolsonaro: 'Caminhei de um lado, ele de outro'

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tentou desvincular sua imagem da de Jair Bolsonaro (PL) durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira. O político afirmou que nunca teve o apoio nem compartilhou palanque com o ex-presidente em primeiro turno de eleições e restringiu a vinculação ao apoio mútuo de propostas de teor liberal e cristão. Leia mais: Zema lança pré-candidatura à Presidência: ‘Vamos acertar as contas com o lulismo, os parasitas do Estado e as facções criminosas’ Relembre frases controversas de Zema, de críticas a licitações à comparação entre moradores de ruas e carros Na entrevista, Zema negou que tenha "sempre caminhado" ao lado de Bolsonaro e disse só declarou apoio ao ex-presidente na corrida presidencial de 2022, quando já estava reeleito em Minas. — Quem conhece minha história sabe que em 2018 eu caminhei de um lado e Bolsonaro, de outro. Em 2022, a mesma posição, exceto no segundo turno, quando já estava reeleito. Eu nunca fui do mesmo partido dele. Em 22, ele apoiou outro candidato ao governo de Minas, então essa minha vinculação com ele não é tão grande quanto alguns alardeiam — afirmou Zema, em referência implícita a Carlos Viana, que disputou o Palácio da Liberdade pelo PL nas eleições gerais passadas. O governador de Minas Gerais restringiu seu elo com Bolsonaro à defesa mútua de pautas como a redução do Estado e a família. — Temos sim propostas que acreditamos e temos comum acordo. Queremos um estado mais leve, o combate a corrupção. Eu valorizo a família, sou cristão. Mas dizer que eu sempre caminhei com ele, quem sabe da minha vida, análise perfeitamente que nunca estivemos no mesmo partido disputando as eleições lado a lado — disse. Zema avisou Bolsonaro sobre 2026 Zema foi o segundo governador da direita a se colocar como pré-candidato na disputa ao Planalto, em um cenário ainda indefinido em meio à inelegibilidade de Bolsonaro e à indefinição de seu sucessor. Em abril, foi Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, quem se lançou ao posto. Ainda no Roda Viva, o governador afirmou não se incomodar com críticas de filhos de Bolsonaro a governadores de direita que pleiteiam a Presidência. Ele disse ter avisado Bolsonaro que pretendia disputar o Planalto em 2026 e negou uma divisão do campo ideológico para o pleito. — Há cerca de trinta dias atrás eu fui a Brasília para uma série de compromissos, entre eles encontrar o Bolsonaro. Comuniquei a ele, em primeira mão, que iria lançar minha pré-candidatura pelo Partido Novo. O que ele disse, e o Caiado já repetiu isso, quanto mais candidatos a direita tiver, melhor, mais forte ela fica. Em Minas Gerais, com certeza minha candidatura trará mais votos para a direita, e o mesmo acontece em outros estados — ressaltou. Na entrevista, o governador ainda rechaçou a possibilidade de desistir da candidatura e compor, como vice, alguma chapa de direita. E garantiu que sairá candidato mesmo se Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, decidir fazer o mesmo. — Está definido que a campanha vai até o fim. Eu sempre fui a pessoa que montou o time, que coordenou — disse ele.