O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), cometeu uma gafe ao acusar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de homofobia durante a primeira sessão da CPI do INSS nesta terça-feira. O parlamentar comentou fala em que Lula criticou que uma revista a ser distribuída em um congresso de pequenos produtores no exterior representasse o Brasil com a foto de um homem negro e sem dentes. — Eu fiquei desapontado com a homofobia deste presidente do Brasil em dizer que negro e sem dente... — começou o parlamentar, que se corrigiu ao ser alertado por colegas — ...racismo, aliás, em dizer que negro sem dente nã0 pode aparecer para o mundo. Eu fiquei desestabilizado. O racismo total imposto por esse presidente aos negros — justiticou. A fala do presidente aconteceu durante evento de entrega de unidades odontológicas no em Sorocaba (SP), na última quinta-feira. Na ocasião, Lula contou que reclamou com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, ao ver que a revista a ser distribuída em congresso no exterior retratava o Brasil com uma mulher branca ao lado de um homem negro e sem dentes. — Você não acha que isso é preconceito? Eu lembrei do Joãozinho Trinta [ex-carnavalesco da Beija-Flor]: ‘Quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta de coisa boa’. Eu falei para ele: ‘Você pode anular essa revista, joga essa página fora e faz uma foto de um cara com dente’. E aí eu resolvi criar o Brasil Sorridente. Postagens replicadas pela oposição, no entanto, destacam um trecho da fala para dar coro à versão de que Lula teria sido racista. — Isso é fotografia para colocar representando o Brasil no exterior? Um cara sem dentes e ainda negro? — disse o presidente no trecho recortado. O Ministério da Igualdade Racial se manifestou sobre o discurso de Lula em nota divulgada na semana passada. “O presidente Lula, em sua declaração, relata um episódio e nele já aponta o preconceito racial expresso na escolha da referida imagem. Na sequência imediata, faz uma importante crítica ao estigma que pesa sobre as pessoas negras, além de indicar que sabe quem mais sofreu com a falta de políticas públicas para a saúde bucal, criando e retomando o programa Brasil Sorridente para beneficiar aqueles que mais precisam”, escreve a pasta.