Vila Nova Campo Grande carrega uma diferente característica - a própria Torre Eiffel Renata Godoy e Fábia Britez definem o bairro Vila Nova Campo Grande com três palavras: tranquilidade, amor e lar. Com mais de 50 anos de história, o bairro é parte da trajetória de Campo Grande, que completa 126 anos nesta terça-feira (26). Mesmo sem registros oficiais sobre o projeto urbanístico, o bairro chama atenção pelo formato curioso. Visto de cima, lembra a Torre Eiffel, ícone turístico de Paris, na França. Confira acima as imagens noturnas feitas no bairro. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Aos 46 anos, Renata vê o bairro como parte da história da família. Seus avós, Eustaquio Rojas, argentino, e Maria Godoy, paraguaia, foram alguns dos primeiros moradores da Vila Nova Campo Grande. Eles escolheram o local com cuidado, há mais de cinco décadas. Renata lembra que o avô percorreu toda a cidade em busca de um lugar para reunir a família. “Foi na Afonso Pena, no São Francisco... até que meu pai descobriu o bairro Nova Campo Grande, na saída para Aquidauana. Quando meu avô chegou lá, se apaixonou. Disse: ‘É aqui que vamos viver’”, conta. Na época, o bairro foi planejado para ser de alto padrão e oferecia loteamentos à venda. Embora o projeto inicial não tenha sido totalmente realizado, a família encontrou ali o que procurava: sossego, espaço e sentimento de pertencimento. Fábia Britez, de 50 anos, vive há 26 anos na Vila Nova Campo Grande e compartilha da mesma visão. “É um bairro tranquilo, diferente dos mais populosos. Quem mora aqui, mora por escolha. Existe uma relação de carinho com o lugar”, diz. Criado nos anos 1960, o bairro ainda tem ruas sem asfalto. Mesmo assim, mantém uma característica rara: o forte vínculo dos moradores com o local. “O que define nosso bairro é o amor. Principalmente dos mais antigos, que decidiram ficar por gostarem daqui”, afirma Fábia. Renata se emociona ao falar da ligação com o bairro. “Cada pedacinho tem uma lembrança. A praça, a Rua 57, a Avenida Duque de Caxias... tudo é história. São três gerações: meu avô, meu pai e eu. É como se fosse meu ninho. Quero terminar meus dias lá”, diz. Na direita, os avós de Renata e um dos primeiros moradores do bairro. Na esquerda, Renata em 1990, na rua 48. Arquivo pessoal Torre Eiffel Campograndense A semelhança com o monumento francês surpreendeu Fábia e Renata. Apesar disso, elas já tinham reparado em algumas características marcantes do bairro. Renata conta que só percebeu o traçado diferente após uma conversa com o pai. “Você percebeu que o bairro é tudo cheio de curva?”, ele perguntou. “Depois é que eu fui notar que as ruas não são retas, elas são com curvas, então com certeza deve ter um formato de alguma coisa. Agora já sei, deve ser da Torre Eiffel”, brincou. Fábia, que já viu o monumento de perto, se surpreendeu com a coincidência. “Sei que o bairro foi planejado, mas eu não sabia. Vivendo e aprendendo”, disse, bem-humorada. Veja a comparação dos mapas abaixo: Vila Nova Campo Grande, em 2002. Google Earth/Reprodução Vila Nova Campo Grande, em 2025. Google Maps/Reprodução Vila Nova Campo Grande, feita por imagem de drone Huanderson Merlotti/TV Morena Veja vídeos de Mato Grosso do Sul