Reino Unido defende imposto sobre serviços digitais após reação de Trump

O governo britânico defendeu, nesta terça-feira (26), como "justo e proporcional" seu imposto sobre serviços digitais (DST, na sigla em inglês), após as ameaças de Donald Trump de impor tarifas aos países que, segundo ele, têm como alvo as empresas de tecnologia americanas. "Continuaremos assegurando que as empresas paguem sua justa parcela de impostos, incluindo aquelas do setor digital", afirmou o governo britânico em uma declaração enviada em resposta a um pedido da AFP. O presidente americano, Donald Trump, atacou duramente na segunda-feira os países ou organizações que regulam o setor tecnológico, ameaçando-os com tarifas e restrições à exportação, embora sem mencionar diretamente o Reino Unido. Introduzido em 2020, o DST é um imposto de 2% sobre o faturamento gerado pelos gigantes da tecnologia a partir dos usuários britânicos: redes sociais, motores de busca ou plataformas de comércio eletrônico. Sem apontar explicitamente para empresas sediadas nos Estados Unidos, os limites estabelecidos fazem com que, na prática, a grande maioria das receitas geradas venha, segundo a imprensa britânica, de gigantes americanos como Amazon, Google, Apple ou Meta. No entanto, o Executivo britânico lembrou que se comprometeu a eliminar este imposto sobre serviços digitais "assim que houver uma solução internacional adequada". Ao introduzir o DST, o governo britânico apontava que, no caso das empresas digitais, existia "uma discrepância entre o local de tributação dos lucros e o local de criação de valor". Este imposto contribui com aproximadamente 800 milhões de libras (cerca de 1,08 bilhão de dólares ou 5,85 bilhões de reais) por ano para o orçamento britânico. © Agence France-Presse