O processo para obter um visto para os Estados Unidos está prestes a se tornar bem mais caro e burocrático. Novas regras e valores anunciadas pelo governo norte-americano entrarão em vigor nos próximos meses e impactarão quem pretende visitar o país no futuro. Entre as novidades estão a obrigatoriedade de entrevistas presenciais para quase todos os solicitantes e novas taxas que farão o custo do processo chegar a cerca de R$ 2.500 por pessoa. As novas medidas fazem parte de uma série de políticas de controle migratório e orçamentárias implementadas e pelo presidente Donald Trump em seu segundo mandado. A seguir, veja mais detalhes: Entrevista presencial obrigatória Em 2 de setembro começam a valer as novas regras para as entrevistas presenciais dos solicitantes. O que muda: Menores de 14 anos e maiores de 79, antes isentos desta obrigação, deverão comparecer pessoalmente nos postos de atendimento, como os CASVs, e consulados. O mesmo valerá para as pessoas que pretendem renovar vistos de quase todos os tipos. E quem continua isento da entrevista presencial? Solicitantes para os vistos diplomáticos, oficiais (ligados ao governo) e militares Viajantes que querem renovar os vistos de turismo e negócios de curta duração (B1, B2 e B1/B2). Mas, para que o solicitante dos vistos B1 e B2 seja liberado da entrevista presencial, precisa cumprir alguns requisitos: Ter ao menos 18 anos de idade quando o último visto foi concedido; O visto deve estar válido ou ter vencido há, no máximo, 12 meses; fazer a solicitação no país natal ou onde vive; nunca ter tido um visto negado (ou que a recusa já tenha sido superada ou dispensada); não ter inelegibilidade aparente ou potencial (critérios não divulgados pelo governo americano). E mesmo respeitando todas essas exigências, o serviço consular americano poderá pedir ao solicitante que ele compareça presencialmente. Depois de pagar a taxa e enviar o formulário D-160 pela internet, o viajante irá responder a um questionário e só depois desta etapa será informado se está ou não isento da entrevista. Redes sociais abertas No último domingo (24/8), a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou em sua página no X que solicitantes dos vistos tipo F, M e J deve deixar suas redes sociais abertas, "em modo público", para que possam ser consultadas pelos agentes responsáveis. Quem será afetado por essa medida? estudantes acadêmicos e de idiomas (F); candidatos a estudos técnicos ou vocacionais (M); pessoas que desejam realizar intercâmbios culturais e acadêmicos (J). “Essa medida permite que sejam feitas todas as verificações necessárias para avaliar se o solicitante atende aos requisitos para entrada nos Estados Unidos”, dizia o comunicado. Vale lembrar que, no momento da chegada aos Estados Unidos, os agentes da imigração podem pedir ao visitante que mostre seus perfis e publicações nas redes sociais. Em caso de negativa, o agente poderá encaminhar o viajante para a sala de interrogatório ou simplesmente impedir sua entrada no país. A medida, estabelecida ainda no primeiro mandato de Donald Trump, voltou a ser mais recorrente desde seu retorno à Casa Branca. As novas taxas Com o megapacote orçamentário "One Big Beautiful Bill", lançado por Donald Trump em julho, duas novas taxas surgiram no horizonte dos estrangeiros que pretendem viajar aos Estados Unidos em breve. Apesar de a lei não especificar a data do início da cobrança, é possível que elas entrem em vigor a partir de 1º de outubro, quando começa o ano fiscal americano. Atualmente, o viajante precisa pagar apenas uma taxa, referente ao formulário D-160, obrigatório para todos os tipos de visto, que custa US$ 185 (cerca de mil reais na cotação atual). Com as novas taxas, o valor vai pular para US$ 459 (equivalente a R$ 2.500), um aumento de 148%. O maior peso será da nova Taxa de Integridade do Visto, ou Visa Integrity Fee, que custará US$ 250 (aproximadamente R$ 1.360). Essa cobrança, criada para garantir que o viajante não descumprirá as limitações determinadas pelo visto, será cobrada apenas de quem tiver o visto aprovado Ao final do período de validade do visto americano (o de turista, por exemplo, dura dez anos), o viajante poderá solicitar o reembolso desse valor caso não tenha descumprido as condições do visto (como permanecer mais tempo do que o determinado ou trabalhar, em certos casos), tentado aumentar o tempo de permanência no país durante a validade do visto ou mudar seu status de não imigrante para residente permanente legal. A segunda taxa é referente ao formulário I-94, um documento que registra a chegada e a partida do viajante em território norte-americano. O documento passará a ser cobrado e custará US$ 24 (cerca de R$ 130). Ainda não está claro em que momento seria feito o pagamento, se no processo de solicitação do visto ou na chegada ao país.