Casa de Lacoste, chefe do TCP, tinha coleção de uísques importados avaliados em R$ 2 mil cada na Serrinha

Agentes da polícia Civil e Militar descobriram, nesta terça-feira, que a casa de Wallace de Brito Trindade, o Lacoste, chefe do Terceiro Comando Puro (TCP), na comunidade da Serrinha, ostentava mais de uma dezena de garrafas de uísque da marca Royal Salute, avaliadas em cerca de R$ 2 mil cada, além de outros rótulos de destilados importados. Policia Civil entra na casa do traficante ligado Wallace de Brito Trindade, o Lacoste O imóvel mesclava ostentação e estratégias de fuga, com um portão que dava passagem direta para a mata — uma rota de fuga planejada para criminosos. Durante a operação, o traficante não estava em casa. A casa de Lacoste, alvo da ação que buscava conter a expansão do Comando Vermelho (CV) para a Zona Oeste do Rio, também impressionava pelo luxo: piscina com cascata, área de churrasco equipada com geladeira e freezers e baldes de gelo personalizados com a frase "Wallace jogador caro". Operação Contenção Nesta terça-feira, agentes da polícia Civil e Militar deflagaram uma operação em comunidades da Zona Norte do Rio para conter a tentativa de expansão do Comando Vermelho (CV) para a Zona Oeste da Capital. Agentes se encontram na Serrinha, no Juramento, no Fubá e em Campinho — nesta última esquipes estão na região que faz ligação com a Praça Seca. Há reflexos, também, no Complexo da Penha. Há relatos de intenso tiroteio durante a ação. Três pessoas foram presas e um fuzil e drogas, apreendidos. Policiais recuperaram veículos e também destruíram 18 seteiras — estruturas com buracos usados pelos bandidos para apoiar armas e dar tiros mais precisos. Participam da operação equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-Cap), com apoio de outras unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e do Bope. De acordo com as investigações, as comunidades se tornaram palco de intensos confrontos entre o CV e o Terceiro Comando Puro (TCP). De um lado, traficantes como Wallace de Brito Trindade, o Lacoste, e William Yvens da Silva, o Coelhão, expandem sua influência a partir da comunidade da Serrinha. Do outro, o Comando Vermelho, chefiado por Edgar Alves de Andrade, o Doca, promove ofensivas do Morro do Juramento, usando grupos de ataque especializados. Segundo a DRE-Cap, os criminosos vêm promovendo um cenário de guerra urbana, marcado pelo uso de armamento pesado que inclui granadas e munições traçantes. A especializada ressalta que "casos recentes demonstram a gravidade da situação". Em maio deste ano, uma mulher de 56 anos foi morta por bala perdida no Morro do Juramento, durante dois dias de tiroteios intensos e, em junho, um trabalhador morreu no Morro do Fubá, atingido enquanto recolhia ferro-velho. Por causa da ação, 20 escolas da rede municipal — 14 na Penha, quatro na Serrinha e duas no Juramento — suspenderam as atividades. Há unidades municipais de saúde também fechadas. Na Penha, uma fechou e outra suspendeu os atendimentos externos. Em Vila Kosmos, Tomás Coelho, Madureira e adjacências, quatro fecharam as portas e uma suspendeu os atendimentos externos. Um sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) ficou ferido e homem que estava perto do Carioca Shopping, que fica próximo Juramento, foi atingido por uma bala perdida. O taxista Robson Lopes Teixeira, de 49 anos, foi levado para o Hospital estadual Getúlio Vargas e já teve alta, segundo sua filha. Em nota, o Carioca Shopping afirmou que sua brigada prestou os primeiros socorros a ele, acionando o Samu para encaminhá-lo para a unidade de saúde. O sargento do Bope foi ferido na perna esquerda quando estava na comunidade do Ipase e também se encontra no Getúlio Vargas, em estado estável. — A bala atravessou a perna esquerda perto do joelho, entrou pela frente e saiu por trás. Ele estava do lado de fora do shopping perto do estacionamento. Por dois centímetros a mais ele poderia ter perdido a rótula do joelho. Graças a Deus ele teve alta em casa — disse Ana Carolina Valente, filha do taxista.