Venezuela anuncia patrulhamento com navios e drones diante de mobilização militar dos EUA no Caribe e tensão na Colômbia

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, anunciou nesta terça-feira uma operação de patrulhamento por ar e mar, com drones e navios, em meio às movimentações de embarações americanas no Caribe e à escalada das tensões na Colômbia, com quem divide mais de 2 mil quilômetros de fronteira. Na véspera, o ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, número dois do chavismo, já havia antecipado o destacamento de 15 mil soldados aos estados de Táchira e Zulia, na divisa com o vizinho. Segundo Padrino, o reforço militar cobrirá 815 km dos 2.219 km de fronteira entre os dois países, indo de Castillete, em Zulia, até o Táchira. A ação envolve 60 Unidades de Reação Rápida (Urras), 30 em cada estado, cada uma com 250 soldados. — Teremos um corredor aéreo importante, com helicópteros, sistemas de escuta, vigilância e inteligência. Ao todo, são 15 mil militares sob ordem do nosso comandante em chefe — afirmou o ministro em um vídeo publicado no Telegram. O plano também prevê patrulhamento fluvial no Lago de Maracaibo, no Golfo da Venezuela e na região do Catatumbo, onde grupos criminosos disputam o cultivo de coca. Segundo o governo, as operações serão realizadas por fuzileiros navais com embarcações de vigilância. Padrino confirmou ainda a presença de navios no norte das águas territoriais do país, mas não esclareceu se a medida responde à mobilização ordenada pelo governo de Donald Trump, que recentemente enviou três navios de guerra, mais de 4 mil fuzileiros e equipamentos para uma suposta operação contra o narcotráfico no Caribe, próximo à costa venezuelana. O ministro disse que o envio de tropas faz parte do reforço da Operação Relâmpago do Catatumbo, que combate grupos armados na fronteira com a Colômbia. De acordo com autoridades do governo de Nicolás Maduro, o temor é de que a tensão no vizinho provoque um fluxo de criminosos fugindo pela fronteira. — A ordem de operações será emitida em breve. A preparação é rápida porque conhecemos o território, a geografia e as características dos grupos armados, narcotraficantes e terroristas que tentam atravessar para o lado venezuelano — afirmou. Notícia em atualização