Israel diz que ataque a hospital na Faixa de Gaza mirava câmera dos Hamas; escritório da ONU para Direitos Humanos pede investigação independente

Israel divulga 1ª investigação sobre ataque que matou 5 jornalistas na Faixa de Gaza As Forças Armadas de Israel divulgaram os primeiros resultados da investigação sobre o ataque que matou cinco jornalistas na Faixa de Gaza nesta segunda-feira (25). Os militares afirmaram que soldados identificaram uma câmera posicionada pelo grupo terrorista Hamas na área do hospital atingido. De acordo com a investigação preliminar, a câmera era usada para observar os soldados israelenses e planejar ataques contra eles. “Diante disso, as forças agiram para remover a ameaça, destruindo a câmera”, diz o comunicado. Ainda segundo o documento, seis dos mortos eram terroristas, e um deles participou da invasão ao território israelense naquele brutal 7 de outubro de 2023, quando os terroristas do Hamas assassinaram 1.200 pessoas e sequestraram outras 251. O chefe das Forças Armadas de Israel ordenou que a investigação continue para examinar o que os próprios militares chamaram de "várias lacunas", entre elas o processo de autorização do ataque e a munição aprovada. Mais cedo, antes da divulgação do comunicado, as duas maiores agências de notícias do mundo publicaram uma carta ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu cobrando uma investigação rápida e completa. “Infelizmente, constatamos que a disposição e a capacidade das Forças de Defesa de Israel de se autoinvestigar em incidentes passados raramente resultaram em clareza e ação”, escreveram a americana Associated Press e a britânica Reuters. As explosões no hospital deixaram 20 mortos, cinco deles jornalistas, entre eles colaboradores das agências. Em Genebra, o escritório da ONU para os Direitos Humanos reforçou o apelo por uma investigação independente e por justiça. Também lembrou que é proibido atacar jornalistas e hospitais, conforme o direito internacional humanitário. A China manifestou choque e preocupação. A Comissão Europeia classificou os ataques como “completamente inaceitáveis” e o governo do Reino Unido os chamou de “indefensáveis”. Em Israel, mais de 350 mil pessoas foram às ruas protestar. Os manifestantes exigiam que o governo assine um acordo para acabar com a guerra e garantir a libertação dos 50 reféns ainda em poder do Hamas. Ataques de Israel a hospital em Gaza deixam 20 mortos, incluindo 5 jornalistas Reprodução/TV Globo