A ministra Isabel Gallotti, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou pelo afastamento do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), e do vice, Edilson Damião (Republicanos), por abuso de poder político e econômico. A ministra, que é a relatora da ação que pede a anulação da cassação do mandato do político, também determinou a realização de novas eleições no estado. O julgamento foi retomado nesta terça-feira, um ano após ter começado, em agosto de 2024. Após o voto de Gallotti, a análise foi suspensa após um pedido de vista do ministro André Mendonça. Denarium é acusado de uso eleitoreiro de dois programas sociais voltados a alimentação e moradia, além de transferência de recursos em período vedado e desvirtuamento de publicidade institucional para sua promoção pessoal. O governador nega irregularidades, sustenta que não ampliou programas sociais e que fez os repasses em função de desastres climáticos no estado. Em parecer enviado ao TSE em junho de 2024, a Procuradoria-Geral Eleitoral defendeu a cassação do governador com imposição de inelegibilidade de oito anos. Na manifestação, o Ministério Público afirma que houve a prática de ilícitos. "As ações eleitorais propostas por partes diversas sobre o mesmo fato podem ser reunidas para julgamento em conjunto desde que não haja prejuízo, que é o presente caso. Acrescente-se, ainda, que a determinação de reunião para julgamento conjunto de processos com pedidos e causas de pedir idênticas visa conferir celeridade às ações eleitorais e dar efetividade ao princípio da razoável duração do processo, sendo medida benéfica para as partes e para a prestação jurisdicional", sugeriu a procuradoria. Dois pareces já anexados ao processo apontam que os programas sociais “Cesta da Família” e “Morar Melhor” foram instituídos em ano eleitoral com intuito eleitoreiro, medida vedada pela legislação. O Ministério Público também considera que houve abuso de poder econômico e político na transferência voluntária de recursos para municípios do estado em desproporção ao orçamento de anos anteriores e que a publicidade institucional se voltou à campanha de reeleição.