O Festival de Cinema de Veneza dá início à sua 82ª edição nesta quarta-feira (27) com a estreia mundial de La Grazia, novo longa de Paolo Sorrentino. O cineasta napolitano, um dos mais importantes nomes do cinema italiano contemporâneo, retorna à mostra com uma história de amor ainda envolta em mistério — e marca também mais um capítulo de sua parceria com o ator Toni Servillo, protagonista do cultuado A Grande Beleza (2013), vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro. Ao lado de Servillo, a atriz italiana Anna Ferzetti integra o elenco principal. Embora poucos detalhes sobre o enredo tenham sido divulgados, a promessa de uma narrativa romântica sob a lente estética e emocional de Sorrentino já é suficiente para colocar o filme entre os mais aguardados da temporada. Esta será a primeira exibição oficial de La Grazia. Para Alberto Barbera, diretor artístico do festival, a escolha do longa para abrir a mostra carrega um simbolismo especial. “Estou muito feliz que a 82ª edição do Festival Internacional de Veneza será aberta com o novo e altamente aguardado filme de Paolo Sorrentino”, declarou em nota. “Gosto de lembrar que um dos mais importantes e internacionalmente aclamados autores italianos fez sua estreia justamente aqui, em 2001, com seu primeiro longa, L’uomo in più, nos meus primeiros anos como diretor do festival.” Desde então, Sorrentino construiu uma trajetória sólida e internacionalmente reconhecida, com passagens marcantes por Cannes e Veneza, além do sucesso global com filmes como As Consequências do Amor (2004), Il Divo (2008), Juventude (2015) e a série The Young Pope (2016). Seu cinema, marcado por imagens luxuosas, personagens melancólicos e comentários ácidos sobre o poder e a espiritualidade, tornou-se inconfundível. O Festival de Veneza, realizado na icônica ilha do Lido, segue até 6 de setembro. Este ano, o júri principal será presidido pelo cineasta americano Alexander Payne (Sideways, Os Descendentes, The Holdovers). A escolha de Payne causou controvérsia, já que o diretor foi acusado de agressão sexual pela atriz Rose McGowan. A edição também presta homenagem a dois gigantes da história do cinema. Kim Novak, musa de Alfred Hitchcock em Um Corpo que Cai, receberá o Leão de Ouro honorário pelo conjunto da obra. A atriz, afastada das telas desde 1991, retorna agora aos holofotes como símbolo de uma era de ouro de Hollywood. O mesmo prêmio será entregue ao diretor alemão Werner Herzog, referência em narrativas que desafiam os limites da representação e buscam o “êxtase da verdade”, como definiu Barbera: “Herzog testa nossa capacidade de ver, nos desafia a enxergar o que está além da superfície da realidade e busca incessantemente novas experiências sensoriais”. Canal da Vogue Quer saber as principais novidades sobre moda, beleza, cultura e lifestyle? Siga o novo canal da Vogue no WhatsApp e receba tudo em primeira mão!