Pessoas caminham sob a sombra em um dia quente em Tóquio, em 27 de agosto de 2025 Yuichi YAMAZAKI / AFP A cidade de Tóquio, no Japão, registrou 10 dias consecutivos de temperaturas superiores a 35ºC pela primeira vez, segundo informou agência meteorológica japonesa nesta quarta-feira (27). A medição de temperaturas feita pelo país iniciou em 1875 e desde então nenhuma continuidade como essa havia sido registrada. Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Segundo a agência, o país também enfrentou os meses de julho e junho mais quentes da história. Em agosto, foi registrada a temperatura mais alta já medida: 41,8 °C na cidade de Isesaki. As autoridades japonesas pedem à população que busque abrigo em locais climatizados durante o verão para evitar casos de insolação. Na última semana, mais de 8,4 mil pessoas foram hospitalizadas no país devido ao calor, segundo a Agência de Gestão de Incêndios e Desastres, e 12 delas morreram. Além das altas temperaturas, o país também tem sofrido com as chuvas. Toyotomi, na ilha norte de Hokkaido, foi atingida por um volume recorde de águas na terça-feira (26), segundo a emissora pública NHK. A cidade registrou em apenas 12 horas, mais chuva do que a média de todo o mês de agosto. Em Yamaguchi, cerca de 400 famílias da cidade de Hagi foram instadas a evacuar devido ao alto risco de deslizamentos de terra. Efeitos do aumento da temperatura As ondas de calor e aumento na temperatura são consequências da mudança climática, segundo cientistas. A ONU afirmou na semana passada que a elevação das temperaturas globais tem um impacto cada vez mais grave na saúde e na produtividade dos trabalhadores, com aqueles dos setores de agricultura, construção e pesca sendo os mais atingidos. Um relatório conjunto das agências de saúde e clima da ONU afirmou que a produtividade dos trabalhadores caiu entre dois e três por cento para cada grau acima de 20 °C. Os riscos relacionados à saúde incluem insolação, desidratação, disfunção renal e distúrbios neurológicos. No Japão, especialistas alertam que as famosas cerejeiras estão florescendo mais cedo devido ao clima mais quente — ou, em alguns casos, não florescendo totalmente — porque outonos e invernos já não são frios o suficiente para disparar o processo de floração. A neve do Monte Fuji também demorou mais do que nunca a aparecer no ano passado, só surgindo no início de novembro, em comparação com a média histórica de início de outubro. *Com informações da agência France-Presse LEIA MAIS VÍDEO: Tempestade de areia 'engole' aeroporto nos EUA e ameaça adiar festival Burning Man Onda de calor na Espanha foi a mais intensa desde início da série histórica no país COP30 - Por que Belém foi escolhida para sediar a COP?