Vereadora de Campinas participa de missão que vai desafiar bloqueio de Israel para levar ajuda humanitária a Gaza

A vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas, embarca nesta terça-feira (26) para a Espanha, onde participará da Global Sumud Flotilla, missão internacional que pretende furar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza com dezenas de embarcações. A informação é da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. A flotilha reunirá cerca de 300 ativistas de mais de 40 países e levará alimentos, medicamentos e outros itens humanitários aos palestinos. Entre os participantes confirmados estão Thiago Ávila, Greta Thunberg, parlamentares europeus e artistas como Susan Sarandon e Liam Cunningham. Ávila já participou de uma ação semelhante em junho, quando a embarcação "Madleen", que ele tripulava ao lado de Greta Thunberg e outros dez ativistas, foi interceptada pelo Exército de Israel, resultando na detenção de todos a bordo. Conti disse viajar com licença não remunerada da Câmara e que bancará os custos da missão. “Não há recurso público envolvido. É uma ação humanitária, completamente diferente das viagens de figuras da extrema-direita”, afirmou. A flotilha deve partir no domingo (31), da Espanha, e no dia 4 de setembro, da Tunísia, em direção à Faixa de Gaza. A vereadora ainda citou reconhecer os riscos da iniciativa diante dos bombardeios recentes em Gaza, mas afirmou que considera a ação necessária. Ela também disse não temer ataques políticos locais: “Se a extrema-direita tentar retaliação, terá que explicar por que é contra uma ação humanitária”. Quem é Thiago Ávila? Thiago de Ávila e Silva Oliveira tem 38 anos e nasceu na cidade de Brasília, em 1986. Ativista, ele já foi candidato a deputado federal pelo Psol, em 2022. Thiago ficou conhecido nas redes sociais com publicações sobre a expedição humanitária, que aconteceu um mês após outra embarcação com destino a Faixa de Gaza ter pegado fogo e emitido um sinal de socorro, supostamente depois de ter sido atingida por drones na costa de Malta. O brasileiro também estava a bordo na ocasião. O governo de Israel deportou Ávila e mais cinco ativistas, presos após serem detidos a bordo do veleiro "Madleen", interceptado por forças israelenses no Mar Mediterrâneo no último domingo. A embarcação fazia parte da Coalizão Flotilha Liberdade (FFC, na sigla em inglês) e transportava itens de ajuda humanitária destinados à Faixa de Gaza. Segundo os ativistas, alarmes soaram no convés quando embarcações navais israelenses se aproximaram do navio. Eles também relataram que drones lançaram uma substância branca que teria prejudicado o sistema de comunicação da flotilha e ferido algumas pessoas a bordo. Um vídeo publicado pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel mostra um militar enviando uma mensagem de rádio à embarcação, dizendo que a “zona marítima ao largo da costa de Gaza está fechada”. O barco foi detido pela Marinha Israelense em águas internacionais do Mar Mediterrâneo a mais de 100km de distância de Gaza.