O programa “Esse Rio é Meu”, referência em educação ambiental no Rio, com mais de 1.500 escolas mobilizadas na recuperação dos rios urbanos e na preservação do meio ambiente, se prepara para uma nova fase: o lançamento de uma campanha de doação mensal. A arrecadação, que visa garantir a continuidade e a ampliação do projeto, permitirá contribuições a partir de R$ 30 mensais, voltadas para doações de pessoas físicas e jurídicas. Um só planeta: aterro de Gramacho tem capacidade para acumular 23 milhões de litros de chorume, evitando contaminação do manguezal Bairros: Gato Café se despede do Via Parque, na Barra, com evento de adoção em parceria com ONG O projeto é liderado pelo Planetapontocom, que há mais de 20 anos atua no apoio pedagógico às escolas, onde as crianças aprendem sobre a importância de cuidar da água e da natureza, além da recuperação dos rios que cortam os bairros. Pelo lado educacional, o projeto promove o cuidado e a preservação dos rios, unindo as comunidades escolares na elaboração de um diagnóstico do rio sempre mais próximo à escola, além de intervenções de limpeza dos rios por parte dos alunos e responsáveis. As doações podem ser feitas a partir do site doe.planetapontocom.org.br/. Chefe do TCP: casa de Lacoste tinha coleção de uísques importados avaliados em R$ 2 mil cada na Serrinha Origem do programa Segundo Silvana Gontijo, presidente do Planetapontocom, o programa “Esse Rio é Meu” surgiu em 2012, a partir de uma reflexão da organização junto a uma plataforma colaborativa de professores. — A gente estava desenvolvendo uma metodologia para captar a atenção de jovens e adolescentes. Fizemos um formulário de pesquisa e distribuímos para 4 mil professores, perguntando que temas mobilizavam os alunos. Os resultados apontaram para duas questões: causa ambiental e água. A partir disso, começamos a pensar o programa para recuperar os rios junto às escolas municipais — diz Silvana. Na primeira fase de testes, ocorrida entre 2015 e 2016, o programa propôs a recuperação do rio Carioca, ligado à fundação da cidade do Rio, e recebeu uma resposta positiva de 27 escolas da região onde fica a nascente. — Dois anos depois dessa iniciativa piloto, os resultados foram muito positivos. O rio, que era considerado um lixão, ficou com a parte visível limpa. Isso impacta diretamente na quantidade de lixo que vai para as praias, já que estudos mostram que 80% do que vai para o mar vem dos rios — conta a presidente da organização. Depois disso, o projeto passou dois anos sendo sistematizado, até ser proposto à prefeitura em 2019. A segunda fase de testes, no entanto, foi interrompida pela pandemia. Em 2021, o Planetapontocom reapresenta o projeto à prefeitura e em 2022 recebe 137 escolas para aderir ao programa. Ao longo dos anos, o projeto foi crescendo e, hoje, já reúne um total de 1.557 escolas mobilizadas, cuidando de 277 rios e córregos. Alvos de operação: Diaba Loira tinha tatuagem gigante nas costas em reverência aos traficantes Lacoste e Coelhão Silvana também ressalta o grande interesse dos jovens no programa, que junta leitura, escrita e prática sobre preservação ambiental. — Geralmente, os jovens têm aquele tipo de pensamento de 'por que vou aprender, se não vou usar?', mas, no programa, eles viram essa chavinha ao perceber que as suas ações geram transformação no meio ambiente. Eles sentem um propósito. O rio onde se naturalizava a degradação, eles veem que agora está cuidado, graças ao trabalho coletivo — afirma ela. Algumas escolas mobilizadas pelo projeto Escola Municipal Henrique de Magalhães - Bangu CIEP Graciliano Ramos - Jardim América CIEP Glauber Rocha - Pavuna Creche Mané Garrincha - Marechal Hermes GET Liberdade - Santa Cruz GET Júlia Lopes de Almeida - Santa Teresa CIEP Herivelto Martins - Santíssimo CIEP Willy Brandt - Jacaré O projeto, mantido através da iniciativa privada e de doações de indivíduos, busca contribuições para realizar pesquisas em novas regiões e montar o plano de ação nesses rios, ampliando sua atuação. As doações podem ser feitas a partir do site doe.planetapontocom.org.br/. * estagiária sob supervisão de Giampaolo Morgado Braga