Quem entende? Oito manias da geração Z que intrigam (e divertem) outras gerações

É impossível resumir uma geração inteira em uma única essência, mas a Geração Z não só tenta entender a si mesma como também lida com o olhar curioso (e às vezes crítico) de quem veio antes e depois. Nascidos entre 1997 e 2012, esses jovens crescem divididos entre memórias da presidência de George W. Bush e a familiaridade de usar um iPad ainda na mesa do restaurante. Do vinil aos tabuleiros: estudo explica por que a Geração Z está ressuscitando a década de 1990 Leitura por prazer despenca nos EUA: estudo aponta queda de 40% em duas décadas Uma reportagem do The Washington Post reuniu peculiaridades, com relatos de jovens, que ajudam a desenhar esse mosaico de hábitos, alguns engraçados, outros apenas… diferentes. O resultado é quase um inventário cultural da geração que adora questionar, mas detesta ser rotulada. Ligação é sinal de emergência Se o celular começa a vibrar, o coração dispara: “O que aconteceu? Quem morreu? Vão me demitir?” Para a Geração Z, ligações telefônicas são reservadas a parentes com dificuldade para mandar mensagens ou a situações realmente graves. Nada de conversas longas nem de “alôs” formais, a comunicação vai direto ao ponto, seja por texto ou por áudio. AirPods como extensão do corpo Carteira, celular, chaves e fones de ouvido. Na fila do metrô, no supermercado ou até no escritório, é raro ver um jovem sem os pequenos fones brancos. Para muitos pais, é sinal de isolamento; para eles, é apenas sobrevivência em meio a uma avalanche de informações. tudo em letra minúscula (sim, assim mesmo) Quando Ava Hausle, de 22 anos, estava no ensino médio, resolveu abandonar as letras maiúsculas. O motivo? A informalidade das mensagens e a estética das redes sociais. Hoje, ela admite que pode ter que “voltar ao normal” quando ingressar no mercado de trabalho. Adeus, emojis sorridentes: olá, caveirinhas A relação da Geração Z com emojis é mutante. O clássico rosto sorridente perdeu espaço para ícones como o de choro, caveira ou até de cadeira (sim, cadeira). O excesso, porém, é malvisto: sinal de que alguém “não está atualizado”. Fotos com cara de 2007 Enquanto smartphones disputam quem tem a câmera mais nítida, jovens como Kife Akinsola, de 19 anos, preferem câmeras digitais antigas. O charme está na granulação e na sensação de “memória congelada”, distante da perfeição polida dos celulares. Mensagens de voz como mini podcasts Carissa Newick, de 22 anos, troca textos longos por áudios rápidos no iMessage. Para ela, é mais fácil expressar sentimentos com a própria voz do que buscar emojis adequados. E os amigos adoram ouvir, em grupo, como se fossem pequenos programas sob medida. Conta no bar? Feche, por favor Seja falta de compromisso ou de dinheiro, a verdade é que jovens evitam deixar a conta aberta nos bares. No happy hour do The Washington Post, todos os estagiários pediram para pagar cada rodada separadamente, mesmo usando Apple Pay. Dirigir? Pra quê? Com aplicativos de transporte e sistemas públicos mais acessíveis, tirar a carteira de motorista deixou de ser prioridade. Para Brianna Schmidt, de 19 anos, a ansiedade ao volante e o custo de manter um carro não valem a pressa de conquistar “liberdade na estrada”. No fim, cada mania diz mais sobre o mundo que cerca esses jovens do que sobre eles mesmos. A geração que nasceu conectada não quer só decifrar o presente, quer remodelar o futuro, um áudio, uma selfie e uma letra minúscula de cada vez.