Venda de eletroeletrônicos subiu 381% nos últimos 30 anos

DIEGO FELIX SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) A indústria eletroeletrônica brasileira praticamente quintuplicou o volume de vendas nos últimos 30 anos e chegou à marca de 130 milhões de aparelhos comercializados no ano passado. Pela série histórica da Eletros, associação que representa as empresas do segmento no país, a evolução das vendas aconteceu de forma escalonada a partir de 1994 e explodiu nos últimos dez anos, com o processo de inclusão tecnológica. Há 30 anos, foram vendidos 27 milhões de aparelhos no Brasil, saltando para 34 milhões em 2004, 86 milhões em 2014 e 130 milhões em 2024. O marco alcançado no passado envolve um conjunto de iniciativas que atuam em conjunto no varejo brasileiro, como o aumento do poder de compra da população, o incentivo governamental à compra de bens duráveis, o impacto de políticas públicas de incentivo à produção, a ampliação da oferta de crédito, a redução tributária e o apoio à modernização industrial. "Esses números históricos são a tradução, em escala nacional, do esforço coletivo de toda a cadeia produtiva, desde a pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de última geração ao chão de fábrica, passando pelo dinamismo do varejo, pela qualificação da mão de obra e pela regulamentação responsável do Estado", afirma em nota o presidente executivo da Eletros, Jorge Nascimento. O executivo afirma que na década de 1990 era impossível pensar que os lares brasileiros teriam acesso a equipamentos de ponta fabricados pela indústria nacional, seguindo padrões internacionais de qualidade. Hoje, eletrodomésticos simples ou inteligentes são feitos no país e com custo acessível aos consumidores. Nesta quarta-feira (27), a Eletros celebra seus 30 anos em um seminário na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria), em Brasília, onde serão apresentados os dados de evolução das vendas do setor, e debatidos temas como a evolução regulatória, conquistas em pautas ambientais, entre outros assuntos. Entre as mudanças regulatórias que ajudaram a aperfeiçoar o setor estão a criação do PBE (Programa Brasileiro de Etiquetagem), criado pelo Inmetro, em 1992, que ajudou a padronizar as informações técnicas dos aparelhos de forma clara ao consumidor, e a criação do selo Procel Inmetro de Desempenho, em 1998, que é um prêmio concedido a equipamentos de alta performance energética. "A regulação trouxe ganhos não apenas para as empresas, mas para toda a sociedade. O consumidor ficou mais exigente, a indústria foi desafiada a inovar e o país reduziu sua pegada ambiental, exportando inclusive a expertise em gestão energética para outros mercados", diz Nascimento. Para a Eletros, o desafio dos próximos anos será manter um ritmo competitivo diante da revolução tecnológica global e equacionar gargalos produtivos como a necessidade de ampliação dos investimentos em pesquisa, inovação em eficiência energética, a qualificação de mão de obra, equilíbrio de custos e ampliação de políticas públicas e incentivos fiscais do governo. "O setor está preparado para inovar diante das demandas desse novo cenário, responder por transformações ambientais necessárias e continuar sendo ferramenta estratégica para o desenvolvimento nacional. Mas o sucesso passa, obrigatoriamente, pela articulação de toda a cadeia e pela visão de longo prazo", afirma o presidente da associação.