A Polícia Civil prendeu, na terça-feira (26), um grupo investigado por movimentar cerca de R$ 250 milhões em fraudes fiscais por meio de empresas de fachada ligadas ao setor da construção civil. A operação foi realizada em Goiânia e Uruana, na região central do estado, e cumpriu três mandados de prisão, além de seis de busca e apreensão. Também houve o bloqueio de R$ 17 milhões em bens, entre eles imóveis de luxo, veículos de alto padrão e lanchas. Foram detidos um empresário, proprietário de uma empresa real, um técnico em contabilidade e um laranja, identificado como um vaqueiro usado para registrar firmas fantasmas. Segundo o delegado Bruno Costa, as investigações começaram em novembro de 2024. O grupo criava novas empresas sempre que uma era bloqueada pela Receita Estadual por inadimplência, garantindo a continuidade do esquema e a sonegação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). De acordo com o auditor fiscal Wagner Machado, a fraude ocorria porque a empresa original deixava de registrar as notas fiscais para evitar autuações. As notas acabavam sendo lançadas em empresas sem capacidade de pagamento, gerando o chamado “crédito podre”, que não pode ser cobrado pelo Estado. A investigação analisou dois períodos distintos: 2018 a 2023: quando foi identificado um débito de R$ 17 milhões na dívida ativa de Goiás; 2021 a 2025: quando se constatou a movimentação de R$ 250 milhões em faturamento. Os suspeitos podem responder por associação criminosa, falsidade ideológica, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. A operação contou com apoio da Receita Estadual, da Delegacia Regional de Fiscalização de Goiânia e da Polícia Rodoviária Federal, responsável pela prisão de um dos investigados.