No início de agosto, um caso de miíase, uma infecção de pele causada pela presença de larvas de mosca, foi confirmado em um morador de Maryland que retornou de uma viagem a El Salvador, de acordo com autoridades de saúde dos EUA. Este é o primeiro caso de miíase associado a viagens nos Estados Unidos, relacionado a um surto recente entre bovinos e humanos no México e na América Central, afirmou Andrew Nixon, porta-voz do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, em um comunicado à imprensa por e-mail. Os benefícios no cérebro ao deixar de usar o celular por 72 horas: melhorias nos neurônios, no desejo e na motivação 'Ouro negro': O alimento que é um potente antioxidante que fortalece os ossos Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças confirmaram o caso após especialistas analisarem imagens das larvas em 4 de agosto, disse Nixon. O morador de Maryland se recuperou da infecção, afirmou David McCallister, porta-voz do Departamento de Saúde de Maryland, em comunicado à imprensa por e-mail. Uma investigação estadual e federal confirmou que nenhum outro indivíduo ou animal foi afetado e que o risco para a saúde pública e animal em Maryland decorrente dessa introdução era muito baixo, disse McCallister. Ele acrescentou que o caso foi um lembrete oportuno para que profissionais de saúde e criadores de gado permaneçam vigilantes. Durante décadas, a bicheira devastou a pecuária americana. As moscas da bicheira são atraídas e depositam ovos em feridas abertas; ao eclodirem, as larvas se enterram na ferida e se alimentam de carne viva, causando danos extensos e dolorosos. Uma vez maduras, as larvas caem no chão, se enterram no solo e emergem como moscas adultas. A mosca da bicheira pode depositar ovos em qualquer animal de sangue quente, incluindo animais selvagens, animais domésticos e pessoas. Casos em humanos são raros, mas não desconhecidos, e podem ser fatais. Desde a década de 1970, a bicheira tem permanecido praticamente fora dos Estados Unidos, controlada por uma técnica que produziu moscas estéreis em massa e conteve seu alcance até o sul do Panamá. Mas o parasita retornou lentamente à América Central, e uma série de surtos no ano passado no México levou os governos americano e mexicano a explorar "todas as opções" para combater o ressurgimento. Nos últimos dois anos, o Departamento de Agricultura dos EUA investiu milhões de dólares no aumento da produção semanal de moscas em um criadouro no Panamá e na conscientização e nos postos de controle na América Central. Este ano, a agência anunciou que investiria quase US$ 30 milhões a mais para reformar uma unidade de produção de moscas estéreis perto da fronteira entre o México e a Guatemala e construir uma unidade de dispersão no Texas. Em meados de agosto, Brooke Rollins, secretária do USDA, anunciou que a agência investiria até US$ 100 milhões em tecnologias promissoras para acelerar o ritmo da produção de moscas estéreis. Com o retorno da bicheira à América Central e ao México, o número de casos humanos locais aumentou. Quarenta e um casos humanos de miíase foram documentados no México este ano; a maioria desses pacientes se recuperou ou está em tratamento, de acordo com o ministro da Saúde do país. Casos humanos também foram relatados na Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá. Pessoas que viajam para regiões infestadas correm maior risco se passarem tempo entre animais de criação e apresentarem uma ferida aberta, de acordo com o CDC. O caso mais recente de miíase associado a viagens nos Estados Unidos ocorreu em 2024, envolvendo alguém que retornava à Flórida após férias na República Dominicana. — Provavelmente era apenas uma questão de tempo até que alguém que visitasse um desses países retornasse com uma infestação de bicheira — diz Max Scott, entomologista da Universidade Estadual da Carolina do Norte. — Não é totalmente inesperado. Casos em humanos, embora dolorosos, continuam raros; os animais de criação ainda são o principal grupo afetado pela mosca parasita. Em uma entrevista, Sid Miller, comissário do Departamento de Agricultura do Texas, disse que o novo caso não foi uma surpresa, considerando o surto no México. — As pessoas não percebem que isso realmente afeta humanos — diz ele.