CEO da iD\TBWA anuncia retorno ao Brasil enquanto empresas intensificam aposta no consumidor brasileiro

As taxações impostas pelo governo americano a diversos setores da economia provocaram mudanças na agência brasileira iD\TBWA, que faz parte do grupo Omnicom. A presidente da subsidiária, Camila Costa, está fazendo as malas para voltar ao Brasil em novembro, depois de passar uma temporada de três anos nos Estados Unidos. A executiva tinha se mudado para a América do Norte para ajudar os clientes na internacionalização dos negócios. "Agora, vemos um movimento contrário das marcas olhando para o mercado brasileiro. Há montadoras estudando direcionar a exportação de alguns modelos dos Estados Unidos para o Brasil". Ainda assim, somente um dos 16 clientes da agência sofreu impacto direto do tarifaço por ter parte de sua receita atrelada à exportação dos seus produtos para os Estados Unidos. "A maioria tem foco no mercado interno, mas isso não impediu que os executivos ficassem cautelosos com o futuro." Com 18 anos de existência, a agência atende grandes contas, como a operadora de telefonia Claro, o banco BV, a fabricante de utensílios domésticos Philips Walita, a montadora Omoda Jaecoo, a empresa de óleo e gás Shell, a academia Bluefit, a farmacêutica Novo Nordisk e a seguradora Allianz. Essa profusão de nomes fez com que a iD\TBWA crescesse 18% no ano passado, e a expectativa é de um avanço de 27% em 2025, segundo Costa. O valor da receita em reais não foi informado. "A estratégia não previa um aumento dessa magnitude neste ano, mas houve demanda do mercado, em especial, da nossa unidade de especialistas", afirma. Hoje, a agência conta com quase 300 funcionários e está com 40 vagas abertas. "Aumentamos a equipe para dar sustentação às novas contas que ganhamos nos últimos meses", disse a executiva. Perguntada sobre a compra da Interpublic (IPG) pela Omnicom, Costa afirma que não houve mudanças práticas no dia a dia, pois ainda são necessárias algumas aprovações regulatórias. "Mas temos ouvido que o intuito não é fundir as agências." No primeiro semestre, a Omnicom teve alta de 2,9% na receita líquida, para US$ 7,70 bilhões, enquanto o lucro caiu 15,7%, para US$ 545,3 milhões. Já a receita da IPG recuou 7,6%, para US$ 4,17 bilhões, e o lucro diminuiu 76%, para US$ 77,1 milhões. A América Latina foi destaque positivo na Omnicom no segundo trimestre de 2025, com crescimento orgânico de 18%. Já no IPG o avanço da mesma métrica foi de 1,4%.